BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em meio aos embates com Arthur Lira (PP-AL), o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou nesta quinta-feira (31) que o presidente da Câmara dos Deputados impede o governo Lula (PT) de formar maioria no Congresso Nacional e quer ser "uma espécie de guardião do mercado".

"Padilha [ministro da Secretaria de Relações Institucionais] é uma pessoa maravilhosa. O que o governo está tendo dificuldade é que o presidente da Câmara tem impedido que o governo construa maioria", disse o senador a jornalistas na chegada ao Senado.

"Ele só possibilita votação do que vai efetivamente derrotar o governo e impede o governo de exercer a coalizão que montou. Quando aprova uma matéria, aprova como se fosse uma concessão dele à República. Ele quer funcionar como uma espécie de guardião do mercado."

Rival político do clã calheiros em Alagoas, Lira foi às redes sociais nesta quarta (30) para negar que tenha pedido a demissão do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), filho de Renan Calheiros, em troca da aprovação da MP (medida provisória) que reorganizou os ministérios.

"É falsa e descabida a informação que pedi 'a cabeça de ministro', e muito menos em troca de aprovação de qualquer proposta do governo. Tenho agido sempre com respeito aos Poderes", disse o deputado.

"A origem da desinformação segue na mesma linha daquele que tem usado as redes sociais, e seus prepostos, para me desrespeitar gratuitamente", completou.

Questionado se o presidente da Câmara havia pedido a demissão de Renan Filho ao governo, Renan afirmou que "não costuma" ser informado "sobre as coisas do Arthur Lira".

Segundo membros da ala política e parlamentares governistas, Lira fez chegar na noite de segunda (29) ao próprio presidente Lula, à Casa Civil e à Secretaria de Relações Institucionais a reclamação de que estava insatisfeito com mensagens publicadas por Renan em redes sociais.

Na véspera, o senador afirmou que Lira agrediu a ex-mulher, é caloteiro e desvia dinheiro público.

"Triste exemplo: Lira é caloteiro, costuma não pagar o que deve. Pior, desvia dinheiro público e bate em mulher - deu uma surra de 2h em Jullyene, a ex-esposa e mãe de seus filhos. Confesso que aprovei a Lei Maria da Penha pensando em punir meliantes como ele", escreveu no Twitter.

Mais cedo, o senador afirmou ao Painel que "tinha que falar" e que não foi informado de nenhum incômodo. Renan disse ainda que o presidente da Câmara continua "perseguindo Alagoas, tramando contra o governo e dificultando o papel constitucional do Senado".


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