BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta sexta (2) que os estados do Sul e do Sudeste são diferentes porque neles há proporção maior de pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial.

A declaração ocorreu na abertura do encontro do Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste), em Belo Horizonte, na presença de outros 5 dos 7 governadores das duas regiões, que pretendem formalizar a criação do grupo --o que passa pela aprovação das Assembleias Legislativas.

A abertura aconteceu na Sala Minas Gerais, a casa oficial das apresentações da Orquestra Filarmônica do estado. Apenas o chefe do Poder Executivo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não participou da abertura. Sua chegada à capital mineira é aguardada ainda para esta sexta.

"Se tem estados que podem contribuir para este país dar certo, acredito que são estes sete estados aqui. São estados onde, diferente da grande maioria, há uma proporção muito maior de pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial", afirmou.

"Então, com certeza, boa parte da solução para o Brasil passa por estes sete estados", emendou Zema, que vem tentando se viabilizar como pré-candidato à Presidência da República em 2026.

No início da tarde, em conversa com repórteres no Palácio da Liberdade, a antiga sede do governo do estado, os governadores tentaram deixar claro que o consórcio pretende trabalhar em conjunto com outros estados.

"Nossa busca é para que tenhamos uma ação conjunta nos estados do Sul e do Sudeste" disse o governador de Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB).

"Naturalmente, queremos a formalização do consórcio para que possa trabalhar em parceria com os demais consórcios do Brasil, do Nordeste, da Amazônia, para ajudar o Brasil a encontrar as suas oportunidades", acrescentou.

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), do principal partido de oposição ao governo federal, disse que a criação do consórcio não tem nada de arrogância. "São estados que não são melhores do que ninguém no país, mas carregamos, produzimos e transportamos a grande riqueza do Brasil".

"É importante dizer que o consórcio de estados será afirmativo na defesa dos interesses das regiões Sul e Sudeste, mas absolutamente solidário com todas as outras regiões, e colaborativo com o interesse comum da nação", pontuou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).

O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), disse que a atuação do consórcio ocorrerá respeitando todos os outros estados e será feita de forma não arrogante. "É uma ideia colaborativa, e não de supremacia."

Apesar de os partidos de 5 dos 7 governadores não serem alinhados ao governo federal (PL, Novo e PSDB), os chefes dos Poderes Executivos reunidos em Belo Horizonte negaram que farão oposição ao governo Lula. Para Zema, no entanto, propostas podem não agradar a todos.

"Somos um grupo de governadores de diversos partidos e consequentemente nossas propostas aqui são apartidárias. O que nós queremos é defender boas propostas. O que queremos é contribuir. Agora, pode ser que a nossa contribuição não venha a agradar a todos", disse o governador Zema.

"Não se trata de questão partidária. Não tem esquerda e direita aqui. Aqui é quem produz e quem trabalha para o crescimento do Brasil. O grupo é suprapartidário. Nós queremos contribuir. Ninguém aqui está vendo questão ideológica", afirmou o governador de Santa Catarina.

Esta é a oitava edição do Cosud. A anterior ocorreu em março no Rio de Janeiro. Segundo os governadores, uma das principais pautas a serem defendidas é a reforma tributária. O encontro em Belo Horizonte termina neste sábado (3).


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