SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), reclamou diretamente para o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, do que considera "vazamento" de informações sobre as investigações que envolvem pessoas diretamente ligadas a ele.
Lira e Andrei falaram por telefone há alguns dias, quando o caso das vendas de kits de robótica superfaturados para prefeituras de Alagoas estava na manchete de todos os jornais e portais relevantes do país. Fotos de dinheiro vivo encontrado na casa dos investigados potencializavam a história.
O presidente da Câmara primeiro reclamou com os assessores parlamentares da PF, que atuam no Congresso. Eles então fizeram a ligação para que ele pudesse conversar diretamente com Andrei Rodrigues.
Os policiais disseram a Lira que a PF não tinha divulgado nenhum dado a jornalistas, mas que não tinha controle da circulação das informações, já que Ministério Público Federal, Controladoria-Geral da União e também os advogados dos envolvidos teriam acesso a elas.
Lira insistiu com a PF para que se comprometesse a evitar o vazamento de informações. O escândalo tem causado desgaste ao presidente da Câmara.
O caso foi revelado pela Folha de S.Paulo em abril do ano passado. Naquele ano, o governo de Jair Bolsonaro (PL) destinou R$ 26 milhões de recursos do MEC (Ministério da Educação) para a compra de kits de robótica por pequenas cidades de Alagoas.
As cidades que adquiriram os kits têm problemas básicos de infraestrutura, como faltas de salas de aula, de internet e até de água encanada.
Além disso, cada kit foi adquirido pelas prefeituras por R$ 14 mil, valor muito superior ao praticado no mercado e ao de produtos de ponta de nível internacional.
As investigações chegaram a Luciano Cavalcante, assessor mais próximo de Lira e que trabalhava na liderança do PP na Câmara.
Na segunda (5), o assessor foi exonerado.
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