SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O PT enviou pedido ao Ministério das Comunicações nesta terça-feira (6) para ter direito a seus próprios canais de TV e rádio.

No pedido, assinado pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e pelo secretário de Comunicação, Jilmar Tatto, a legenda solicita que lhe sejam alocadas concessões que estejam vagas, ou seja, já existentes, mas não utilizadas atualmente.

Caso o ministério atenda ao pedido, o PT será o primeiro partido brasileiro a contar com seus próprios canais de rádio e TV.

O partido argumenta, em ofício enviado ao ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que as razões principais para fazer o pedido são aumentar a prestação de contas de suas atividades para a população e ajudar na difusão da participação política.

"Um canal de comunicação próprio do Partido dos Trabalhadores possibilitaria o cumprimento de um dever constitucional, legal e estatutário, oportunizando uma participação política para além do simples ato de votar, adotando-se uma verdadeira pedagogia de participação político-partidária", justifica no pedido.

O pedido lista 49 canais em diversos estados que hoje estão vagos e poderiam ser disponibilizados pelo ministério.

Concessões de canais de rádio e TV são atos da Presidência da República, segundo a Constituição, mediante uma série de critérios, como publicação de edital e ter 70% do capital nas mãos de brasileiros.

O PT argumenta que não há nada na legislação que impeça um partido político de pleitear um canal. "Observa-se que a concessão de serviços de telecomunicações de rádio/TV a partidos políticos não encontra óbice legislativo expresso", diz.

O PT tem já uma estrutura expressiva de comunicação baseada em meios digitais, que cresceu nos últimos anos, além de ter direito a propaganda na TV, de acordo com a lei. O partido diz, no entanto, que esses meios são insuficientes.

"A comunicação por canal partidário específico possibilitaria a justa prestação de informação uma vez que os partidos políticos são indissociavelmente vinculados à educação política, ao incentivo da participação política e à contínua comunicação com os cidadãos", afirma.

O ministério diz ter recebido a solicitação do partido, mas não se pronunciou quanto ao pedido nem a prazos.


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