BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A poucos dias de ser sabatinado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o advogado Cristiano Zanin passou esta terça-feira (13) no Senado em busca de votos para a vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
Zanin conversou ao longo do dia com mais de 20 senadores, incluindo a bancada feminina e o PSD. Um dos gabinetes visitados foi o do senador Hiran Gonçalves (PP-RR), que é próximo ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Nos últimos dias, Zanin pediu voto a diferentes nomes da oposição, como o líder do Republicanos, senador Mecias de Jesus (RR). Os dois se encontraram por acaso na sede da Advocacia-Geral da União e combinaram de conversar novamente antes da sabatina.
Zanin também buscou na semana passada o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL). A reportagem apurou que o advogado marcou de se encontrar com o senador oposicionista Esperidião Amin (PP-SC).
O advogado ficou calado, no entanto, quando foi perguntado pela Folha de S.Paulo se pretende falar com o senador e ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro (União Brasil-PR). Já Moro, questionado se havia sido procurado por Zanin, repetiu a resposta da semana anterior e disse que a pergunta deveria ser feita ao advogado.
De lados opostos durante a Lava Jato, Zanin e Moro trocaram farpas durante os processos do presidente Lula (PT). Advogado do petista, Zanin chegou a tomar como elogio uma crítica que havia sido feita pelo então juiz.
Contestada por nomes da oposição, a proximidade do indicado com Lula tem sido lembrada por senadores da base como atrativo. Reservadamente, um deles conta que disse a Zanin que ele merecia a vaga no STF só por ter sido leal ao presidente e ter continuado em sua defesa durante os tempos da Lava Jato.
Nas reuniões desta terça, Zanin conseguiu o apoio do PSD, partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), e da maioria da bancada feminina. Na quarta (14), Zanin deve se reunir com a bancada do MDB --pedido feito ao líder da sigla, Eduardo Braga (AM).
"Ele tem uma formação muito correta, professor de direito e teve um comportamento muito seguro, muito sereno, muito firme na defesa, talvez, do maior processo jurídico já visto no Brasil, que foi a questão do ministro na defesa do presidente Lula", disse o líder do PSD, senador Otto Alencar (BA).
Zanin também se encontrou nesta terça com os senadores tucanos Alessandro Vieira (SE) e Plínio Valério (AM); com o líder do Podemos, Oriovisto Guimarães (PR); com o vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB); e com o petista Rogério Carvalho (SE).
Indicado pelo presidente Lula para a vaga do ministro Ricardo Lewandowski --que se aposentou em abril--, Zanin precisa do voto de no mínimo 41 dos 81 senadores. A votação é secreta.
Zanin será sabatinado pela CCJ do Senado na próxima quarta-feira (21). O nome será submetido ao plenário no mesmo dia, segundo Pacheco.
Senadores da base aliada de Lula calculam que Zanin deverá ter cerca de 55 votos, 14 a mais que o necessário. Na votação para presidente do Senado, que tem sido usada de parâmetro sobre o tamanho da base, Pacheco recebeu 49 votos.
Tanto o presidente do Senado como o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), têm afirmado ao Palácio do Planalto que Zanin deve ser aprovado com facilidade. O PL de Bolsonaro, por exemplo, deve liberar os senadores para que votem da forma como quiserem.
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