SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A juíza Danielle Galhano Pereira da Silva, da 18ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, marcou para 26 de julho a audiência de instrução e julgamento de Fernando Cury (União Brasil) por ter apalpado Isa Penna (PC do B) no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo.
A audiência foi marcada dois anos e meio depois dos fatos e após uma novela da Justiça para notificar o ex-deputado estadual a apresentar sua defesa prévia.
Feita de maneira virtual, a audiência servirá para ouvir a vítima, as testemunhas e o acusado de importunação sexual, além dos representantes da acusação e da defesa. Entre as testemunhas, estão o presidente da Assembleia, André do Prado (PL), e os deputados Alex de Madureira (PL) e Carlão Pignatari (PSDB), além do ex-deputado Cauê Macris (PSDB).
Alex é o deputado com quem Cury conversa logo antes de se aproximar de Isa e que parece tentar demovê-lo de se aproximar da então deputada.
Os parlamentares podem escolher outra data para serem ouvidos, caso não possam comparecer no dia 26 de julho.
Os advogados de Isa e de Cury não têm a expectativa de que a juíza dê sua sentença nessa data já que as oitivas devem se alongar.
Em abril passado, o caso foi remetido para a primeira instância, já que Cury não foi reeleito em 2022 e perdeu o mandato de deputado estadual. Isa concorreu a deputada federal e tampouco foi eleita.
Em janeiro deste ano, após a Justiça tentar localizá-lo por cinco meses, o ex-deputado apresentou sua defesa prévia. O Ministério Público de São Paulo chegou a apontar que o deputado estava se escondendo para não receber a notificação, o que travou o andamento da ação.
Em 16 de dezembro de 2020, Cury foi flagrado pelas câmeras da Assembleia Legislativa de São Paulo apalpando a lateral do corpo de Isa durante uma sessão plenária. Ele foi afastado por seis meses do mandato e foi expulso do seu partido à época, o Cidadania.
Em 15 de dezembro de 2021, o Órgão Especial do TJ aceitou, por unanimidade, a denúncia contra Cury.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, a tentativa do TJ de encontrar Cury para que ele apresentasse sua defesa prévia começou em julho, se estendeu sem sucesso por toda a campanha eleitoral e só foi encerrado em 21 de dezembro, de forma não presencial --ele acabou sendo notificado por mensagem de WhatsApp.
Um oficial de Justiça chegou a procurá-lo durante uma carreata divulgada pela campanha, mas que acabou cancelada.
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