BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A ministra do Planejamento, Simone Tebet, defendeu nesta quarta-feira (12) que o governo mantenha proporcionalidade de mulheres, ainda que haja eventual reforma no primeiro escalão do governo Lula (PT).

Tebet minimizou eventuais trocas e evitou cobrar diretamente que, caso as mudanças se concretizem, sejam substituídas por mulheres, mas defendeu proporcionalidade.

"Não precisamos cravar o nome de uma mulher para determinado cargo, o importante é a proporcionalidade, que nunca caia, e a representatividade. O presidente Lula e a equipe acho que estão antenados nisso também. Se não for especificamente nesses ministérios, que possam ser em outros ou compensados com várias outras secretarias-executivas", afirmou a jornalistas.

A declaração foi dada na chegada à solenidade no Palácio do Planalto de entrega da Ordem Nacional do Mérito Científico e da retomada do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT).

Ela é uma das 11 ministras de Lula, de 37 pastas. O centrão hoje pleiteia maior espaço no primeiro escalão para integrar a base de apoio do presidente no Congresso. Dentre os postos almejados, está o da Saúde, comandado por Nísia Trindade, o do Turismo, de Daniela Carneiro, e o do Esporte, de Ana Moser.

Além delas, entrou na mira a presidência da Caixa, ocupada por Rita Serrano.

No caso da Saúde, recentemente, Lula fez um gesto à ministra, disse que o ministério é dele e que ela ficará até quando ele quiser.

O tema já foi um ponto de divergência entre Lula e Tebet no passado. Então candidata à presidência no primeiro turno, a então senadora propunha 50% de ministras num eventual governo, enquanto o petista evitou se comprometer com números.

Aliada no segundo turno, Tebet é hoje uma das 11 ministras de Lula. Apesar de o patamar ser bem inferior ao de homens, os demais 26, trata-se de um recorde.

Como a o jornal Folha de S.Paulo mostrou, após a pressão de integrantes do centrão por mais espaços no governo, o presidente Lula (PT) deu aval para que aliados negociem cargos ao PP e Republicanos no primeiro escalão e também órgãos como Caixa Econômica Federal e Funasa (Fundação Nacional de Saúde).

A ideia do presidente, segundo integrantes do Palácio do Planalto, é articular as funções com os parlamentares em bloco, isto é, de forma conjunta, para que uma indicação possa contemplar um grupo político, e não apenas um partido.

A avaliação de membros do governo e do centrão é a de que uma negociação ampla de cargos terá mais efeito para a formação da base parlamentar de Lula do que trocas pontuais na Esplanada.

A única certeza que há por ora entre auxiliares próximos do petista é que deputados do PP e Republicanos pediram e o presidente está disposto a oferecer dois ministérios a eles, mas os cargos que serão ofertados não estão fechados.


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