BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O senador Marcos do Val (Podemos-ES) prestou um novo depoimento nesta quarta-feira (19) à PF (Polícia Federal) sobre o suposto plano contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

O parlamentar foi ouvido sobre o caso pela segunda vez e ficou mais de cinco horas na sede da PF, em Brasília. Do Val chegou ao local às 13h10, e saiu por volta das 18h40 sem falar com a imprensa.

A apuração contra o senador foi aberta após ele fazer uma transmissão ao vivo pela Internet na qual afirmou que a revista Veja publicaria uma reportagem mostrando que Bolsonaro tentou coagi-lo a "dar um golpe de Estado junto com ele" e gravar o ministro do STF.

Horas depois, o senador recuou da acusação direta e disse que Bolsonaro "só ouviu" o plano do ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ).

Em uma de suas versões, Do Val disse que expôs o plano golpista de Bolsonaro a Moraes. Segundo ele, a ideia era comprometer o magistrado e obrigá-lo a se afastar dos inquéritos em curso. O parlamentar também levantou a possibilidade de anular as eleições e impedir a posse de Lula (PT).

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à PF sobre o caso na quarta-feira (12) da semana passada. Bolsonaro confirmou a reunião com Do Val e Silveira em dezembro, mas negou que tivesse participado do suposto plano para gravar Moraes.

"Nada foi tratado [na reunião], não tinha nenhum plano, naquela reunião de aproximadamente 20 minutos, para alguém gravar o ministro Alexandre de Moraes. Por que eu ia articular alguma coisa com o senador? O que tratou a reunião? Nada", disse Bolsonaro a jornalistas após o depoimento.

O ex-presidente admitiu à coluna Mônica Bergamo ter participado do encontro, mas afirmou que ficou apenas olhando.

Do Val está afastado do mandato parlamentar há quase um mês por recomendação médica. Ele passou mal no dia 20 de junho e, segundo sua assessoria, foi aconselhado a se licenciar "imediatamente" de suas atividades para "cuidar de sua saúde".

Dias antes, o senador tinha sido alvo de uma operação de busca e apreensão da PF em endereços de Brasília e Vitória (ES), além do gabinete no Senado. Ele também teve suas redes sociais bloqueadas por ordem de Moraes.


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