BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) afirmou nesta terça-feira (1) que há um "bando de aloprados" no Ministério Público Federal. Ao repetir esse ataque, disse que irá escolher o próximo PGR (Procuradoria-Geral da República) com "mais critério" em relação a seus governos anteriores e após um "pente-fino".
O petista disse que vai escolher o sucessor do procurador-geral, Augusto Aras, "no tempo certo e na hora certa".
"Vou conversar com muita gente, vou atrás de informações de pessoas que eu penso, vou discutir se é homem, se é mulher, se é negro, se é branco. Tudo isso é um problema meu. Dentro da minha cabeça. Quando eu tiver um nome, eu indico. É simples assim. Sem ficar aquela aposta: vai escolher amanhã, vai escolher depois, é fulano, é cicrano. Ninguém tem que ficar tentando adivinhar", disse.
O mandatário disse que terá mais cuidado na escolha do chefe da PGR desta vez devido à atuação do ex-procurador Deltan Dallagnol nos casos da Lava Jato, o que incluiu denúncias contra Lula.
"Eu sempre tive o mais profundo respeito pelo Ministério Público. É uma das instituições que eu idolatrava nesse país. Depois dessa quadrilha que o [Deltan] Dallagnol montou, eu perdi muita confiança. Eu perdi porque foi um bando de aloprados que achavam que iriam tomar o poder, atacando todos ao mesmo tempo.
Lula disse que vai "escolher as pessoas que eu achar melhor para os interesses do Brasil". "Se der errado, paciência. Vou tentar escolher o melhor", disse.
Com o fim do mandato de Aras em setembro, iniciam-se as articulações para a indicação de seu sucessor, a ser feita pelo presidente e depois votada pelo Senado.
Após votação interna realizada em junho, a ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) já elaborou a lista tríplice da categoria, com os subprocuradores-gerais da República Luiza Frischeisen, Mário Bonsaglia e José Adonis Callou, nesta ordem.
O atual presidente, que afirmou não utilizar mais a lista tríplice feita pela categoria, sinaliza buscar espaço na agenda para candidatos ao cargo que concorrem por fora, incluindo o próprio Aras. Ele também avalia indicar o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, ao cargo.
Já Aras, que ocupa o posto desde setembro de 2019 escolhido por Jair Bolsonaro (PL) fora da lista tríplice, tenta influenciar a escolha de um sucessor ou até ser reconduzido. Nos últimos meses, vem buscando se afastar de seu alinhamento ao ex-presidente e de suas omissões na gestão passada.
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