BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Presidente da CPI do MST, o deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) fez uma fala machista e gordofóbica durante reunião da comissão nesta quinta-feira (3). Ele disse que a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) deveria "ficar mais calma" e perguntou se ela queria remédio ou hambúrguer.
"A senhora pode, também, daqui a pouco tomar qualquer atitude, ficar mais calma. A senhora respeite, a senhora está nervosa, senhora deputada? Quer um remédio? Ou quer um hambúrguer?", disse Zucco.
A fala foi feita durante depoimento de José Rainha, líder da FNL (Frente Nacional de Lutas Campo e Cidades). A CPI havia mostrado vídeo em que Rainha pedia votos a Sâmia.
Depois da declaração ofensiva de Zucco, Sâmia disse que o episódio foi um exemplo de violência política de gênero.
"É o nosso instrumento de defesa, mas também de ataque para aqueles que acham que vamos nos intimidar", afirmou a deputada sobre lei que combate à violência política contra mulheres.
A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) também repudiou a fala do presidente da CPI.
Neste momento, ela foi interrompida pelo relator da CPI, Ricardo Salles (PL-SP), que disse que a deputada estava se vitimizando. Talíria disse para Salles se calar e afirmou ser inadmissível que deputadas sejam atacadas durante a comissão.
O presidente da CPI aceitou retirar dos registros das falas da CPI, as notas taquigráficas, a declaração ofensiva contra Sâmia.
Para justificar a fala ofensiva, Zucco afirmou que havia sido desrespeitado e que tem um irmão em tratamento contra o câncer, que teria sido demitido após o deputado assumir o comando da comissão.
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