BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A defesa da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que a parlamentar não teve acesso aos autos da investigação que apura sua participação em suposta trama que mirava o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e que, portanto, permanecerá em silêncio durante depoimento na Polícia Federal previsto para a próxima segunda-feira (7).

Em nota enviada à imprensa na tarde desta sexta-feira (4), o advogado Daniel Bialski, que representa a deputada, afirma que ela comparecerá à sede da PF em São Paulo na tarde de segunda, mas que por "expressa orientação da defesa técnica" ela não responderá às perguntas "até que sejam fornecidas

cópias de todo o Inquérito e das cautelares", algo que até o momento não ocorreu, segundo ele.

"Justamente para assegurar a ampla defesa, o contraditório e o devido processo legal", diz a nota.

Bialski afirma ainda que Zambelli quer ser ouvida e prestar todos os esclarecimentos "justamente por não ter cometido ou participado de qualquer ilicitude" sobre os fatos relativos à operação desta semana.

A deputada foi alvo na manhã de quarta-feira (2) de operação da PF, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e em seu gabinete na Câmara. Os agentes prenderam Walter Delgatti, conhecido como o hacker da "Vaza Jato".

A deputada e Delgatti são suspeitos de atuarem em uma trama que mirava Moraes, do STF, e que resultou na invasão dos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão.

Na própria quarta, Zambelli afirmou à imprensa que existe uma tentativa de envolver Jair Bolsonaro (PL) no contexto das investigações contra ela. A deputada disse que não há ligação entre o caso e o ex-presidente.

"Estão tentando envolver o presidente [Bolsonaro] através de mim, pelo fato de eu ser próxima [dele]", afirmou ela sobre a operação em entrevista na Câmara.

"No primeiro momento que eu soube que eu estaria envolvida em atos ilícitos, meu advogado, Daniel Bialski, protocolou na Polícia Federal uma petição dizendo que eu estaria inteiramente à disposição e do judiciário para prestar qualquer tipo de esclarecimento", continuou.

A deputada afirmou ainda que a polícia foi à sua casa por volta das 6h e apreendeu seu passaporte, dois celulares e um HD.


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