BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - As investigações da Polícia Federal que apontam a suspeita de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desviou presentes de alto valor oferecidos a ele por autoridades estrangeiras mostram uma foto com o reflexo o general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid.
Pai de Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, Lourena Cid aparece no relatório da PF tirando foto dos presentes e enviando ao filho, em um possível acerto para venda dos presentes nos Estados Unidos.
Em uma das fotos, é possível divisar seu reflexo na superfície de uma caixa que acomodou uma palmeira dourada folheada a ouro.
Essa escultura foi entregue a Bolsonaro em 16 de novembro de 2021, quando ele participou de seminário na Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, em Manama, no Bahrein (Oriente Médio).
Os policiais reproduzem no relatório foto em que Bolsonaro e uma autoridade daquele país exibem o presente oferecido, na ocasião.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirma que investigações apontam a suspeita de que Bolsonaro utilizou a estrutura do governo federal para desviar presentes como a palmeira dourada.
As afirmações no ministro se baseiam em relatório da PF e serviram de base para a decisão que autorizou operação deflagrada nesta sexta-feira (11), que cumpriu mandados de busca e apreensão relacionados ao ex-presidente no caso das joias enviadas por autoridades sauditas.
Entre os alvos estão Lourena e Mauro Cid, Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro, e Osmar Crivelatti, tenente do Exército e que também atuou na ajudância de ordens da Presidência.
As investigações identificaram que Bolsonaro e auxiliares retiraram do país, no avião presidencial, pelo menos quatro conjuntos de bens recebidos pelo ex-presidente em viagens internacionais, na condição de chefe de Estado. Entre elas, a Palmeira dourada.
A viagem ocorreu em 30 de dezembro, véspera de seu último dia de mandato, para assim evitar seguir o rito democrático de passar a faixa a seu sucessor eleito, o hoje presidente Lula (PT).
A PF diz ainda que Mauro Cid tentou vender por mais de R$ 600 mil joias doadas pela Arábia a Bolsonaro.
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