SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, pediu à PF o envio da relação de nomes dos militares que se reuniram com o hacker Walter Delgatti Neto.

O QUE ACONTECEU

O ofício foi enviado pelo chefe da pasta na última sexta-feira (18). Em depoimento à CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro, um dia antes, Delgatti disse que foi ao ministério a pedido de Bolsonaro para que ele conversasse com técnicos da pasta sobre as urnas eletrônicas. Segundo ele, essa reunião com o ex-presidente foi no ano passado, antes da campanha presidencial.

Advogado disse que Delgatti se reuniu com ex-ministro e coronel do Exército. Os encontros com o ex-chefe da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o coronel Eduardo Gomes da Silva foram relatados pelo advogado Ariovaldo Moreira em entrevista à GloboNews. Nogueira nega essa reunião.

Bolsonaro teria prometido indulto ao hacker. Essa promessa, ainda de acordo com o relato de Delgatti, teve o objetivo de convencê-lo a ir ao Ministério da Defesa. À época, o hacker disse que estava desempregado e foi por esse motivo que decidiu conversar com o presidente.

Foi criado um plano para desacreditar as urnas, disse Delgatti. "Eu faria um código-fonte meu, não do TSE, para a população ver que seria possível apertar um voto e imprimir outro", disse. Para isso, o hacker receberia uma urna eletrônica emprestada pela OAB e instalaria um aplicativo criado por ele.

O ex-presidente teria dado "carta branca" a hacker neste plano. "Ele [Bolsonaro] me deu carta branca para fazer o que eu quisesse, relacionado às urnas", disse Delgatti.


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