BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta quinta-feira (7) que a reforma ministerial para abrir espaço no governo Lula para o centrão é uma forma de "valorização da política".
Padilha minimizou a ausência do presidente Lula (PT) na foto que oficializou a entrada de André Fufuca e Silvio Costa Filho no governo.
Ele e o ministro Paulo Pimenta (Comunicação Social) também negaram mal-estar com as trocas ministeriais e o fato de a ministra demitida do Esporte, Ana Moser, não ter sido mencionada na nota da Presidência que comunicou as mudanças.
Os ministros participam na manhã desta quinta-feira (7) da cerimônia do 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios. O evento começou por volta de 9h, com a chegada de Lula, autorizando o início do desfile militar.
Na noite anterior, o governo concluiu a primeira grande reforma ministerial do terceiro mandato de Lula, para abrir espaço para a entrada do centrão no governo. Viraram ministros o líder do PP na Câmara, André Fufuca (MA), que vai assumir o Ministério do Esporte no lugar de Ana Moser, demitida; e Silvio Costa Filho, que assumiu a pasta de Portos e Aeroportos.
Márcio França, que era o titular dessa pasta, foi remanejado para o novo Ministério das Micro e Pequenas Empresas.
Padilha também minimizou o fato de PP e Republicanos seguirem com discurso de que são independentes ao governo apesar de terem assumido ministérios na Esplanada. Ele afirmou que as nomeações devem melhorar a relação com as bancadas das siglas na Câmara.
O ministro não comentou a participação ativa das legendas no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem a atual gestão costuma acusar de ter tentado um golpe no país. Ele preferiu focar sua fala no fato de ambos os partidos terem criticado os atos de vandalismo de 8 de janeiro por parte de bolsonaristas.
"Compromisso que tivemos é que aquilo que a bancada já vem garantindo de aprovação dos projetos fundamentais, permitindo retomar o crescimento econômico, a recriação de programa sociais, e rechaçar o golpismo de 8 de janeiro, continue", disse.
"Faz diferença na relação com a bancada, faz diferença na discussão política, na interlocução não só com mundo da política, mas atores econômicos. É bom valorizar a política. O último período em que se tentou criminalizar ou desvalorizar a política levou à aventura golpista de 8 de janeiro. Então esse desfecho valoriza a política", completou.
Padilha também afirmou que Lula agradeceu pessoal a Ana Moser pela participação no governo, apesar de na nota oficial do governo que comunicou a troca não constar um tópico nesse sentido.
Disse, ainda, que a "grande manifestação de carinho, afeto e compromisso é que" o novo ministro, indicado pelo centrão, seguirá a política pública de esporte prometida por Lula na campanha e durante o começo do governo.
"Agradecimento não só por acreditar que ela pode continuar colaborando com esporte brasileiro, naquilo que ela tem apreço especial que é tema da relação do esporte com educação. Então, o presidente Lula conta com isso."
Pimenta, por sua vez, evitou responder sobre eventual mal-estar criado com Ana Moser e Márcio França. Ele foi questionado por jornalistas sobre uma postagem de França, em um tom que beirava ironia, no qual saudava que o governo conseguiu atrair o apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e de seu partido, o Republicanos.
"Saúdo o @LulaOficial por trazer p/ o Gov @tarcisiogdf e seu partido p/ nos apoiar. O BR voltou", escreveu o ministro do PSB.
Tarcísio mantém o discurso de oposição ao governo federal.
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