BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) afirmou nesta quarta-feira (15) que o ministro Flávio Dino tem sofrido ataques "absurdos" e "artificialmente plantados" pelo fato de a esposa de um homem apontado como líder do Comando Vermelho do Amazonas ter participado de reuniões no Ministério da Justiça e Segurança Pública.

"Ele já disse e reiterou que jamais encontrou com esposa de líder de facção criminosa. Não há uma foto sequer, mas há vários dias insistem na disparatada mentira", escreveu Lula nas redes sociais.

O presidente ainda disse que o Ministério da Justiça tem coordenado ações de "enorme importância para o país" na defesa da democracia e no enfrentamento ao crime organizado, entre outras frentes.

"Essas ações despertam muitos adversários, que não se conformam com a perda de dinheiro e dos espaços para suas atuações criminosas. Daí nascem as fake news difundidas numa clara ação coordenada", completou Lula.

"Nós reiteramos: não haverá recuos diante de criminosos e seus aliados, estejam onde estiverem, sejam eles quem forem", concluiu.

As críticas a Flávio Dino começaram após ser revelado que Luciane Barbosa Farias participou de duas audiências no Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ela é casada com Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas, suspeito de ser um dos principais criminosos do Amazonas. Ele está preso desde dezembro de 2022.

Luciane se encontrou com o secretário de Assuntos Legislativos da pasta, Elias Vaz, em agenda em março. Tratava-se de uma reunião solicitada pela ex-deputada estadual do Rio de Janeiro Janira Rocha, atual vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Anacrim (Associação Nacional da Advocacia Criminal) do estado.

Ela também foi levada a tiracolo em reunião com Rafael Velasco, secretário da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), também vinculada ao Ministério da Justiça.

O ministro Flávio Dino negou ter se encontrado com a esposa de membro do Comando Vermelho.

"Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho. De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que não se realizou em meu gabinete", disse o ministro, nas redes sociais.

O caso fez crescer as críticas à possível escolha de Lula por Flávio Dino na disputa pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Além de Dino, são cotados para a vaga o ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, e o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Bruno Dantas.


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