CURITIBA, PR, E MACAPÁ, AP (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) trocaram afagos na tarde desta segunda-feira (18) durante cerimônia de entrega de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida em Macapá, capital do Amapá, base eleitoral do senador.
"Estou muito satisfeito e muito orgulhoso de ter Randolfe e Alcolumbre me defendendo. O Amapá nunca esteve tão bem representado como está agora", disse Lula. "Só tenho que ter cuidado porque os dois são muito espertos. Pense em dois cabras espertos? Tenho que estar sempre com cuidado. Quando estou indo, eles já estão voltando", emendou.
Alcolumbre e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso Nacional, viajaram com Lula de Brasília a Macapá. A dupla de parlamentares discursou durante a cerimônia.
Alcolumbre, que pretende se lançar à presidência do Senado, disse que houve empenho do Congresso nas pautas sociais e fez um agradecimento a Lula pela "confiança depositada no Parlamento".
"Estamos firmes no Congresso defendendo sua agenda e seu programa de governo", afirmou o senador.
No voo com Lula, também estava o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, que já foi governador do Amapá e acabou sendo alvo de protestos durante a solenidade, por causa do aumento de 44% da energia elétrica, proposto pelo grupo Equatorial, que hoje controla a CEA (Companhia de Energia do Amapá). No período em que governou o estado, sua gestão facilitou o processo de privatização da CEA, em 2021.
Lula elogiou Góes, lembrando que a indicação havia sido feita por Alcolumbre, e chamou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para anunciar que o governo federal fará um investimento de R$ 350 milhões para que a população do Amapá não sinta o impacto do aumento.
Silveira não deu detalhes da medida durante seu discurso. O ministro culpou decisões do governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), e criticou um sistema no qual "estados do Nordeste e Norte, que mais produzem energia, acabam pagando tarifa mais cara".
Desde setembro, políticos do Amapá negociam uma saída para o impasse junto à União. A revisão tarifária extraordinária foi pedida pela CEA Equatorial e estava inicialmente prevista para entrar em vigor em 13 de dezembro.
O Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública contra o aumento e, em decisão liminar, a 6ª Vara Cível suspendeu o novo valor até julgamento do mérito do processo, sob pena de multa de R$ 200 mil por dia de descumprimento.
O setor político se movimentou contra o aumento. Alcolumbre e Randolfe participaram das articulações, reforçando a ponte do governador Clécio Luís (Solidariedade) com o Planalto.
Lula disse nesta segunda que o Planalto e o Congresso vão se debruçar sobre o tema da energia no início do ano que vem.
No evento de entrega das unidades habitacionais, o presidente mencionou a ausência do prefeito de Macapá, Antônio Furlan (Podemos), que é adversário político do governador Clécio Luís, e afirmou que espera encontrá-lo na sua próxima visita. "Eu iria tratá-lo como prefeito eleito da cidade, nem perguntaria se já me xingou, de qual partido ele é. A gente não prega o ódio. A gente prega o amor. Não prega mentira, prega a verdade", disse.
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