SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - De mãos dadas com a polarização da política brasileira anda a convicção dos eleitores acerca de suas escolhas em 2022. Nove em cada dez entrevistados pelo Datafolha afirmam não se arrepender do voto no segundo turno do pleito presidencial do ano passado.

Já 8% acham que não fizeram a melhor escolha e mudariam de voto, enquanto 1% afirma não saber ?o resultado não é de 100% ao todo porque há arredondamentos feitos pelo instituto.

O Datafolha fez a questão pela segunda vez neste ano. Na primeira, em setembro, os índices eram semelhantes, incluindo na estratificação por candidato escolhido.

No atual levantamento, feito no dia 5 de dezembro com 2.004 pessoas com mais de 16 anos em 135 cidades, 9% disseram ter se arrependido no voto em Lula (PT), enquanto 7% dizem o mesmo por terem escolhido o então presidente Jair Bolsonaro (PL). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

Com o eleitorado cindido praticamente ao meio no segundo turno, com o petista vencendo o rival por 50,9% a 49,1%, contudo, tais flutuações poderão ser vitais em enfrentamentos futuros dos dois campos ?Lula teoricamente pode disputar a reeleição em 2026, enquanto Bolsonaro está vetado devido à perda de direitos políticos por causa de sua campanha contra o sistema eleitoral.

Os eleitores seguem confiando em seus escolhidos. No geral, 38% afirmam confiar mais em seu candidato hoje do que no dia da eleição, enquanto 43% afirmam que a confiabilidade é a mesma e 18%, que é menor.

São índices semelhantes para os dois rivais. Entre eleitores de Lula, 40% dizem que a confiança nele cresceu, 41% apontam estabilidade e 19%, queda no item. O presidente tem uma aprovação, aferida na pesquisa, de 38% do eleitorado.

Já 36% dos eleitores de Bolsonaro afirmam confiar mais nele agora, ante 46% que mantêm sua opinião e 17%, que confiam menos. É uma estabilidade notável, dada a temporada de más notícias que o ex-mandatário vive, da perda de direitos políticos a processos judiciais e escândalos como o das joias sauditas.

Tudo isso espelha a manutenção do quadro de polarização no país, com 30% seguindo se declarando petistas e 25%, bolsonaristas, nos extremos da tabela proposta pelo Datafolha.


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