SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A ex-prefeita Marta Suplicy, que vai se filiar novamente ao PT na próxima semana para ser vice de Guilherme Boulos (PSOL), elogiou no Instagram uma iniciativa do prefeito Ricardo Nunes (MDB), de quem ela era secretária municipal até o último dia 9, quando deixou a gestão emedebista para apoiar o rival.

A informação foi publicada pela CNN. Em um post da primeira-dama Regina Carnovale Nunes a respeito do transporte hidroviário na represa Billings, que Nunes pretende inaugurar, Marta comentou: "Parabéns. Vai impactar para melhor a vida de muitas pessoas".

Segundo a prefeitura, o primeiro meio de transporte coletivo por embarcações de São Paulo vai atender 385 mil pessoas na zona sul, fazendo a integração entre o bairro Cantinho do Céu, no Grajaú, e Pedreira.

Marta Suplicy era secretária de Relações Internacionais e entusiasta da reeleição de Nunes até o ano passado. A partir de novembro, ganhou força uma articulação do PT, encabeçada pelo presidente Lula (PT), para que ela voltasse ao partido e integrasse a chapa de Boulos, como antecipou a Folha de S.Paulo.

No último dia 8, Marta se encontrou com Lula em Brasília e sinalizou que atenderia o pedido do petista. No dia seguinte, ela e Nunes entraram em acordo para que a ex-prefeita deixasse a prefeitura.

Nunes sempre ressaltou a amizade de Marta com ele e, especialmente, com Regina. Em entrevista ao UOL nesta quarta-feira (24), o prefeito disse ter ficado chateado com a saída de Marta e que sua mulher até chorou.

"Fiquei muito chateado. Minha esposa até chorou. A gente não esperava. Era um trabalho de três anos com uma relação de proximidade. Todas as estratégias nunca foram escondidas e sempre foram tratadas com muita transparência. Não seria verdadeiro se não dissesse que fiquei muito chateado", disse.

Segundo interlocutores da ex-prefeita, um vídeo divulgado no fim de dezembro em que Nunes diz querer o apoio de Jair Bolsonaro (PL) deu a oportunidade para que ela, que sempre fez oposição ao bolsonarismo, abandonasse o emedebista.

No entorno de Nunes, porém, a atitude de Marta foi considerada uma traição. O prefeito já disse que essa desculpa não cola, já que não haveria novidade em sua relação com Bolsonaro.

Marta chegou à Secretaria Municipal de Relações Internacionais depois de se engajar na campanha de Bruno Covas (PSDB) em 2020.

Um dos principais nomes do PT, eleita para a prefeitura em 2000, Marta havia rompido com o partido em 2015. Ela se reaproximou de Lula e da sigla a partir de 2019 e, na campanha de 2022 chegou a ser cogitada para a vice na chapa presidencial do petista, antes da bem-sucedida articulação com Alckmin. No segundo turno, atuou para consumação do apoio de Simone Tebet a Lula.


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