BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Policia Federal intimou o general Augusto Heleno para depor na investigação sobre a existência de uma "Abin paralela" durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
O depoimento está previsto para a próxima terça-feira (6).
O militar era o chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) durante o governo Bolsonaro, órgão a quem a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) estava subordinada -no governo Lula (PT), o órgão passou a ser ligado a Casa Civil.
A PF investiga a existência de uma organização criminosa infiltrada na Abin à época subordinada a Heleno e comandada pelo delegado Alexandre Ramagem, amigo pessoal da família Bolsonaro.
"A organização criminosa infiltrada na Abin também se valeu de métodos ilegais para a realização de ações clandestinas direcionadas contra pessoas ideologicamente qualificadas como opositoras, com objetivo de 'obter ganho de ordem política posto que criavam narrativas para envolver autoridades públicas de extrato politico oposicionista da então situação'", escreveu Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal, na decisão que autorizou buscas contra Carlos Bolsonaro, um dos alvos da investigação.
Nas decisões e documentos que vieram a público até o momento, o GSI é citado uma vez.
Sem dar mais detalhes, a PF atrela a atuação da Abin para atrapalhar uma investigação em andamento que mirava Jair Renan, filho de Bolsonaro.
"As ações de inteligência realizadas não deveriam deixar rastros razão pela qual a então alta gestão decidiu que não haveria difusão do relatório, ao tempo diligência solicitada pelo GSI/PLANALTO diretamente para Direção Geral da ABIN", diz a PF.
Segundo a PF, o pedido direto do GSI no caso de Jair Renan "corrobora a instrumentalização da Abin para proveito pessoal" e em benefício do filho do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
O depoimento do general Augusto Heleno indica o avanço da investigação da PF sobre o que os investigadores classificam de núcleo político da organização criminosa investigada.
O núcleo político entrou na mira após a descoberta de mensagem em que uma assessora de Carlos Bolsonaro pede Ramagem informações sobre investigação contra a família do ex-presidente.
Na segunda (29), a PF avançou sobre Carlos ao cumprir mandados de busca e apreensão no seu gabinete na Câmara dos Vereadores, em sua residência no Rio de Janeiro e na casa de seu pai, em Angra dos Reis (RJ).
Na decisão em que autorizou as buscas, Moraes relata que o objetivo da PF foi "avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin".
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