BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, negou uso político da Polícia Federal e disse nesta quarta-feira (30) que no Brasil ninguém tem imunidade contra investigações.
A declaração foi dada em evento de despedida de Dino do ministério e dias após operação sobre a chamada "Abin Paralela" no governo Jair Bosonaro (PL) ter como um dos alvos Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador no Rio de Janeiro.
"O que me parece é que indevidamente há pessoas que querem uma espécie de imunidade de jurisdição", disse Dino, sem citar o ex-presidente e seu filho.
O ministro disse que a PF não "inventa" investigações e que o órgão não poderia ignorar indícios de irregularidades na Abin (Agência Brasileira de Inteligência). "O que a PF vai fazer? Fingir que não viu? Há denúncias de três anos atrás sobre o uso de equipamentos [na agência]", disse Dino.
Na segunda-feira (29), a PF cumpriu mandados de busca e apreensão para avançar na investigação sobre supostas irregularidades na Abin. A ação mirou pessoas que foram destinatárias das informações que teriam sido produzidas de forma ilegal pela agência de inteligência do governo federal.
Flávio e Eduardo Bolsonaro reagiram à operação, argumentando que a ação foi ilegal e cinematográfica.
O ministro também disse nesta quarta que o governo não espetaculariza ações de combate à corrupção.
Dino assumirá a vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) em 22 de fevereiro. Antes, ele vai exercer por poucas semanas o mandato de senador. Já o Ministério da Justiça e Segurança Pública será comandado por Ricardo Lewandowski, ex-ministro do STF.
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