BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi vaiado nesta quinta (8) ao participar do anúncio de investimentos do governo federal com a participação do presidente Lula em Belo Horizonte. Zema também ouviu gritos de "vacina, sim".

Na semana passada, o governador divulgou nas redes sociais vídeo afirmando que não será obrigatório comprovar vacinação para matrícula na rede escolar estadual.

Zema, durante discurso, disse ser necessário compreender que as pessoas pensam de forma diferente.

"Em toda a minha vida aprendi a trabalhar com quem pensa diferente", afirmou o governador. O governador, que sentou ao lado de Lula, deu boas vindas ao presidente durante sua fala. "As críticas são naturais. As pessoas pensam diferente", disse Zema.

O anúncio dos investimentos ocorreu em cerimônia que poderia ser considerada como anti-militância. O local escolhido tem capacidade para cerca de 800 pessoas e havia cadeiras vazias. Não havia uma bandeira sequer no auditório. Boa parte dos presentes era formada por dirigentes sindicais e assessores de políticos.

Nem mesmo as tradicionais fileiras de parlamentares e lideranças colocadas no palco atrás da mesa dos principais lideranças, no caso Lula e ministros, foi formada.

Ainda assim, Zema não escapou das vaias.

PREFEITURA

Lula foi recebido no aeroporto da Pampulha na tarde desta quarta (7) pelo prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), que imediatamente, ainda próximo ao avião, fez uma foto com o presidente e postou nas redes sociais.

"A parceria com o governo federal é fundamental para a execução de obras e para a chegada de novos investimentos em BH. Muito feliz por receber o presidente Lula, que já demonstrou seu carinho por nossa cidade. Vem mais coisa boa por aí", escreveu, na publicação.

Apesar de evitar o tema, Fuad deverá disputar a reeleição. O PT lançou como pré-candidato à prefeitura o deputado federal Rogério Correia. No campo da esquerda, a também deputada federal Duda Salabert (PDT) é outra pré-candidata ao cargo.

Também estava no aeroporto o vice-governador de Minas Gerais, Professor Mateus (Novo). O governador Romeu Zema, que pediu encontro com Lula, estava em viagem a Brasília.

À noite, como faz todas as vezes em que fica de um dia para o outro na capital mineira, o presidente foi à casa do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, que ocupou as pastas de Turismo e Relações Institucionais no primeiro e segundo mandato de Lula, respectivamente. O ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), foi convidado para o jantar, mas não compareceu.

A AMM (Associação dos Municípios Mineiros) divulgou uma nota reclamando de ter sido "ignorada", conforme diz o texto, da agenda do governo federal em Minas nesta quinta (8).

"É no mínimo incompreensível a maior associação municipalista estadual do Brasil não ser convidada para um encontro do governo federal que indica a busca de uma construção federativa, em uma ação que mais se evidencia pelo viés político-partidário", afirma a associação.

O presidente da entidade, Marcus Vinícius Bizarro, é um apoiador declarado do ex-presidente Bolsonaro. Em evento de campanha em 2022, fez uma típica declaração dos apoiadores do ex-presidente. "Nossa bandeira nunca será vermelha", disse, à época.

A reportagem perguntou ao Planalto o motivo de a associação não ter sido convidada, conforme alega a entidade. Ainda não houve retorno.


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