SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ao tomar posse nesta segunda-feira (19) na Prefeitura de São Paulo, o ex-ministro e ex-deputado Aldo Rebelo discursou a respeito do papel do Brasil nos conflitos mundiais, numa espécie de recado ao presidente Lula (PT), envolto em uma crise diplomática após comparar a ofensiva militar de Israel em Gaza ao Holocausto.
"O Brasil está vocacionado ao caminho da conciliação e do entendimento. [...] O Brasil tem que ser sempre o caminho da solução, o Brasil não pode ser parte do problema", disse mencionando os conflitos EUA versus China, Rússia versus Ucrânia e árabes versus judeus. Nesse momento, a plateia o aplaudiu.
No evento, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) deu posse a Aldo na Secretaria de Relações Internacionais e a José Renato Nalini na Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas.
O evento serviu ao propósito de Nunes de diluir Jair Bolsonaro (PL) entre seus demais apoiadores, já que reuniu uma série de nomes de peso da política, além de bolsonaristas. Como mostrou o Painel, a campanha do prefeito colocou como estratégia inverter a crítica de que "Nunes apoia Bolsonaro" para "Bolsonaro é quem apoia Nunes".
Entre as autoridades presentes estavam o ex-presidente Michel Temer (MDB); o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI); o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP); o ex-secretário Fabio Wajngarten; o ex-governador Rodrigo Garcia (PSDB); os deputados federais Paulo Bilynskyj (PL-SP), Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) e Paulinho da Força (Solidariedade-SP); os secretários estaduais Gilberto Kassab (PSD) e Sonaira Fernandes (Republicanos); os governadores Helder Barbalho (MDB-PA) e Paulo Dantas (MDB-AL); os ex-ministro Celso Lafer e Moreira Franco; o cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo; além dos demais secretários municipais e vereadores.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, a entrada de Aldo na gestão Nunes reconfigura o secretariado com vistas à eleição municipal e ajuda o prefeito a acenar ao bolsonarismo e sinalizar amplitude em seu arco de apoiadores.
Ex-ministro dos governos Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT) e ex-deputado federal (1991-2015), Aldo militou no PC do B e hoje é filiado ao PDT, mas pediu licença do partido para integrar a gestão do emedebista, já que a legenda apoia Guilherme Boulos (PSOL) na eleição municipal.
Ao mesmo tempo, Aldo tem boa relação com Bolsonaro e atualmente tem a simpatia dos bolsonaristas por defender bandeiras nacionalistas, a defesa da Amazônia e ter boa interlocução com os militares.
Aldo foi autor da lei que declarou o dia 20 de novembro como data de homenagem a Zumbi dos Palmares e foi relator do Código Florestal.
Em um sinal da aproximação entre Aldo e Bolsonaro, o ex-presidente publicou neste sábado (17) um trecho de uma entrevista em que o ex-ministro diz que não se pode "atribuir nenhum tipo de seriedade" à tentativa de golpe bolsonarista que está no alvo do STF (Supremo Tribunal Federal).
No vídeo institucional da prefeitura para apresentar a biografia de Aldo, foi mencionado seu bom trânsito entre políticos de esquerda e de direita. "Agora Aldo volta a integrar uma frente ampla", disse a narração.
Em seu discurso, Nalini afirmou que Nunes foi pioneiro em criar uma Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas e que o estado atual é de emergência climática no mundo.
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