SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Exército oficializou nesta quinta-feira (22) o afastamento de dois militares presos durante operação da PF que investiga se houve uma tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Presidência. A informação havia sido antecipada pelo UOL.
Um dos afastados foi o coronel de cavalaria Bernardo Romão Corrêa Neto. Ele foi apontado pela PF (Polícia Federal) como um ex-braço-direito do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro.
O outro afastado foi o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira. Segundo inquérito da PF, ele é um dos "kids pretos" e trocou mensagens com Mauro Cid para organizar o pagamento de R$ 100 mil para trazer manifestantes golpistas do Rio de Janeiro para Brasília. "Kid preto" é uma nomenclatura informal dada a militares da elite do Exército que fazem parte do Copesp (Comando de Operações Especiais).
Os afastamentos foram publicados no Diário Oficial da União. As portarias foram assinadas pelo general de brigada Antônio Bispo de Oliveira Filho, da Diretoria de Controle de Efetivos e Movimentações do Comando do Exército.
Os textos dizem que os dois militares foram "agregados". Segundo o estatuto que rege a carreira de integrantes das Forças Armadas, esse termo é usado para dizer que um oficial deixou de ocupar cargo na escala hierárquica à qual pertencia.
Militares podem ser agregados por motivos que vão desde licença por questões de saúde a deserção. No caso dos dois oficiais afastados, eles foram removidos da escala do Exército para ficarem exclusivamente à disposição da Justiça, segundo as portarias publicadas no Diário Oficial.
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