BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) recebe na noite desta quinta-feira (22), no Palácio da Alvorada, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários. O encontro ocorre em meio a queixas dos parlamentares sobre a articulação política do Executivo.
Também participam ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil).
Desde o fim do ano passado, a cúpula da Câmara tem se queixado da articulação do governo, do que consideram uma baixa execução orçamentária do Executivo e, principalmente, da atuação de Padilha, a quem acusam de não cumprir acordos --especialmente sobre as verbas do Ministério da Saúde apadrinhadas pelos parlamentares.
De lá para cá, Lira cortou a interlocução com Padilha e deu uma série de recados ao Executivo em seu discurso na abertura dos trabalhos legislativos. Em reunião às vésperas do Carnaval, Lula e Lira se reuniram e o petista prometeu ao presidente da Casa que terá um canal direto com ele, por meio do telefone de um de seus auxiliares.
O chefe do Executivo também combinou com Lira que Rui Costa reforçará a comunicação institucional entre o governo e a Câmara.
Desde o fim do ano passado, Rui tem mantido contato com Lira e líderes da Casa. Nesta semana, por exemplo, participou de reunião com José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, e Lira. Segundo relatos, o ministro afirmou ao presidente da Casa que o governo irá apresentar uma proposta para recompor emendas que foram vetadas por Lula no Orçamento de 2024.
A ideia do encontro desta quinta partiu de Lira. O presidente da Casa sugeriu que Lula conversasse mais diretamente com os líderes, estabelecendo um canal de comunicação com os parlamentares.
Também participam presidentes de partidos, como a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), o deputado Luciano Bivar (União Brasil-PE) e José Luiz Penna (PV), e ministros do governo, como Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Paulo Pimenta (Secom).
Esse é o segundo encontro entre Lula e líderes no Palácio da Alvorada. O primeiro ocorreu em julho de 2023, após a aprovação de matérias de interesse do Executivo na Câmara, como a reforma tributária.
Segundo interlocutores de Lula, o petista quer se envolver mais na relação com os congressistas, visando melhorar a articulação política do governo na Casa e reforçar a agenda de interesse do Executivo, como os projetos que irão regular a reforma tributária e a proposta de desoneração da folha de pagamento.
A ideia é que os projetos que irão regular a reforma sejam enviados ao Congresso em março. No fim do ano passado, Lira sinalizou a interlocutores que a Casa poderá se debruçar simultaneamente sobre as propostas, numa tentativa de dar celeridade ao processo.
Membros do Planalto avaliam que é preciso avançar com a pauta de interesse do Executivo ainda no primeiro semestre, uma vez que, por causa das eleições municipais, tradicionalmente o Congresso fica mais esvaziado.
Segundo Padilha afirmou nesta semana, a ideia é que o presidente possa participar de forma mais frequente de agendas desse tipo, porque estará mais em Brasília neste ano, em contraposição ao que ocorreu em 2023, quando teve muitos compromissos internacionais.
Eleito com uma base de esquerda que conquistou apenas um quarto das cadeiras da Câmara, Lula distribuiu 11 ministérios a União Brasil, MDB, PSD, PP e Republicanos --os dois últimos integrantes do centrão que foram o sustentáculo do governo de Jair Bolsonaro (PL). Apesar disso, a relação do Executivo com o Parlamento em 2023 foi altamente instável, principalmente com a Câmara.
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