SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou nesta terça-feira (27) a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o presidente Lula (PT) pela investigação da qual é alvo sobre importunação de baleia.

Bolsonaro prestou depoimento na sede da PF em São Paulo, onde ficou quase duas horas, devido ao inquérito que apura se ele importunou uma baleia jubarte durante um passeio em São Sebastião (SP), no ano passado.

Em entrevista à Revista Oeste, Bolsonaro disse que foi "muito bem tratado pela Polícia Federal" e que não foi a PF nem alguém do STF (Supremo Tribunal Federal) que tiveram iniciativa de acusá-lo, mas Marina.

"Ela, de posse das imagens, determinou que provocasse o Ministério Público", afirmou. "Se eu fosse presidente da República, jamais um ministro meu iria mover um processo como esse em cima de um ex-presidente. Ela deve ter tido o aval superior dela", disse.

Daniel Tesser, advogado que acompanhou o depoimento do ex-presidente, afirmou na saída da PF que "não houve nenhuma das hipóteses do tipo penal que estão querendo imputar" a Bolsonaro "em razão do avistamento da baleia"

"Você não consegue controlar um animal daquele tamanho que emerge da água. O presidente tomou todas as precauções a partir do momento que avistou a baleia, que é o que a lei determina. Ele nem sabia que tinha essa preocupação, mas mesmo assim tomou todos os cuidados necessários", disse.

À Revista Oeste Bolsonaro disse que avistou um grupo de embarcações, se aproximou, viu a baleia a "15, 20 ou 30 metros" na sua frente, mas deixou seu jet ski em ponto morto e saiu do local. "Não tenho nenhum prazer em ver baleia por aí", afirmou, dizendo esperar arquivamento do inquérito.

A investigação apura possíveis crimes ambientais previstos em lei, sobre "molestamento intencional" de baleias. A ação foi aberta após circularem nas redes vídeos do jet ski com motor ligado se aproximando da jubarte.

O Ministério Público Federal diz que a moto aquática teria ficado a 15 metros da baleia. Vídeos e fotos divulgados em redes sociais comprovariam a informação, segundo a procuradora Marília Soares Ferreira Iftim.

O condutor pilotava o veículo a uma distância inadequada e ainda gravava com o celular, segundo o MPF.


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