CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) disse nesta sexta-feira (8) que a nova mudança de domicílio eleitoral da deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP), revelada pela coluna da Mônica Bergamo nesta quinta-feira (7), é um "tapa na cara" do eleitorado de São Paulo e do Paraná.

Para o petista, a atitude representaria desprezo aos votos obtidos nas urnas e uma burla ao processo eleitoral. Segundo ele, a bancada de São Paulo na Câmara dos Deputados deveria entrar com uma representação na Justiça Eleitoral para que ela "devolva o mandato" à população que a elegeu.

A mudança de domicílio eleitoral foi interpretada no meio político como uma garantia de que, na hipótese de cassação do marido, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ela estaria em condições legais de participar de uma eleição suplementar no Paraná.

O ex-juiz da Lava Jato será julgado no próximo dia 1º no TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná), por suposto abuso de poder econômico no período da pré-campanha ligada ao pleito de 2022. Ele nega ter feito gastos excessivos, mas os autores da ação judicial contra Moro, PT e PL, defendem a cassação do seu mandato.

O julgamento no TRE deve terminar no final de abril e um provável recurso contra a decisão chegaria no início de maio ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Apesar da indefinição sobre o futuro de Moro, políticos já se articulam de olho na vaga que abriria com a saída do ex-juiz. Entre os interessados na cadeira do Senado, estão o próprio Zeca Dirceu e a deputada federal Gleisi Hoffmann, que já foi senadora pelo Paraná e é presidente nacional do PT.

Questionado pela coluna Painel, da Folha de S.Paulo, sobre a disputa interna, Zeca disse que "acredito e trabalho por um acordo", mas, se não for possível, haverá "uma prévia com filiados votando".

Outros nomes que já demonstraram disposição em concorrer na virtual eleição suplementar ao Senado são os deputados federais licenciados Ricardo Barros (PP) e Beto Preto (PSD) - ambos ocupando hoje secretarias na gestão Ratinho Junior (PSD)--, o deputado federal Sergio Souza (MDB) e o ex-deputado federal Paulo Martins (PL), que ficou em segundo lugar na disputa ao Senado de 2022 e há um mês também integra a gestão estadual, como assessor especial.

O ex-senador Alvaro Dias (Podemos), que ficou em terceiro lugar na disputa de 2022, disse ao Painel nesta sexta que não está dando entrevistas sobre o tema.


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