PORTO ALEGRE, RS, E RECIFE, PE (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) disse nesta sexta-feira (15) em Porto Alegre que a democracia corre risco no Brasil e em outros países. O petista citou nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente da Argentina, Javier Milei, ao abordar o assunto.

"A política está tomada por um ódio que certamente a maioria de vocês que fazem política aqui nunca tenham vivido isso. [A convivência pacífica entre adversários] Acabou no Brasil, acabou nos Estados Unidos, está acabando em Portugal, acabou na Espanha e está acabando em muitos outros países", disse Lula.

"A democracia está correndo risco. Possivelmente, porque mudamos de comportamento. A esquerda e os setores progressistas antes criticavam o sistema. Na hora que ganham as eleições, passam a fazer parte do sistema e a direita que fica fora diz que é contra o sistema", afirmou.

"Quem é contra o sistema hoje que critica tudo é o Milei na Argentina, até o Banco Central ele quer fechar, cortar tudo com o serrote. É aqui o Bolsonaro, que eu não queria falar o nome dele, mas até hoje ele não reconhece a derrota dele. Ele fala 'não sei como perdi'. Ele não sabe porque gastou quase 300 bilhões de reais e achava que não ia perder e perdeu", acrescentou Lula, em discurso. "Temos que lutar para recuperar o valor das instituições que garantem a democracia."

As falas foram proferidas durante evento em Porto Alegre para anúncios de R$ 29,5 bilhões em investimentos do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Rio Grande do Sul.

Além de Lula, estão presentes o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), que foi vaiado pela plateia. Outros ministros do governo federal também compareceram.

Entre as obras da nova edição do PAC no Rio Grande do Sul estão a duplicação da BR-116 (Porto Alegre ? Pelotas), a construção da segunda ponte sobre o rio Guaíba (BR-116/290), a duplicação da BR-290 e as conclusões das barragens Arroio Jaguari, Arroio Taquarembó e Arvorezinha.

As obras do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, do Centro de Apoio Diagnóstico e do Centro de Atendimento ao Paciente Crítico e Cirúrgico, ambos do Grupo Hospitalar Conceição, também foram prometidas.


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