Um professor, que não teve a idade informada, foi preso após fragilizar alunos do ensino médio do IF Sudeste de Barbacena com uma fala relacionada ao suicídio da escrivã da Polícia Civil, Rafaela Drummond. O docente teria dito aos alunos "vocês não irão dar em nada, é melhor vocês fazerem como a escrivã da policia civil fez dias atrás". A data do ocorrido ainda não foi informada pela Polícia Federal.
De acordo com informações da PF, os agentes foram até o instituto, a pedido da coordenação escolar, onde foi informado que os alunos de uma turma do ensino médio estariam fragilizados devido a fala do professor, no momento em que estaria ministrando aula. Foi relatado que os alunos sentiram que o docente estava os induzindo ao suicídio. Vários alunos se sentiram fragilizados com a situação, inclusive uma adolescente, de 17 anos, que apresentou crises de ansiedade durante o ato, se retirando de sala em prantos.
Ainda, segundo a Polícia Federal, o professor informou que em momento algum teve a intenção de induzir os alunos ao suicídio e que é totalmente contra todo e qualquer ato que fomente ações dessa natureza. O docente também informou que no decorrer da aula houve um desencontro de opiniões relativas ao teor do conteúdo ministrado e que na sua visão tal situação poderia ter sido resolvida no âmbito do educandário, mas que não irá se defender acusando nenhum aluno e nem mesmo seria a favor de impedir a expressão dos mesmos.
A diretora geral da instituição informou aos agentes que o professor em questão já possui processos administrativos em trâmite, inclusive, um deles, de caráter demissionário por fatos que já tramitam na corregedoria institucional.
RELATOS DE OFENSAS
A aluna, de 17 anos que teve uma crise de ansiedade com a fala do professor, relatou que durante a mesma aula o docente disse "a gente estuda igual a uma mulher na relação sexual, que finge gozar para acabar rápido".
Uma outra jovem também acrescentou que docente disse a ela que "ela não seria mulher para permanecer suja de fezes de animais" e acrescentou ainda que "quando ela tivesse a sua primeira relação sexual, viraria garota de programa"
Outra jovem relatou que o docente, recorrentemente, faz referências político partidário em sala de aula, principalmente em relação ao comunismo. Ela relatou também que o professor, durante o ano letivo, realizou diversas citações constrangedoras de atos sexuais, inclusive direcionado a alunos e alunas menores.
Uma outra jovem contou que o professor por diversas vezes a ofendeu diretamente, alegando que "era melhor que ela fosse prostituta, do que iniciar uma graduação", devido a sua capacidade reduzida de aprendizagem.
O docente foi preso pelo crime de induzimento ao suicídio e conduzido para a Polícia Federal de Juiz de Fora. O delegado federal responsável pelo caso também solicitou que fosse enviada uma cópia dos registros para o juizado da Infância e da Juventude de Barbacena.
Por meio de nota, diante da denúncia de que estudantes do Campus Barbacena do IF Sudeste MG teriam sofrido incitações ao suicídio e ofensas verbais de um professor em sala de aula ontem, 14 de junho de 2023, a instituição se manifestou.
"O Instituto condena todo tipo de ofensa à dignidade de qualquer pessoa, membro de nossa comunidade ou não, e ratifica a missão de oferecer educação pública, gratuita, de qualidade e inclusiva, e, portanto, defende uma educação libertadora e que incentiva o desenvolvimento humano e social. Até o fechamento desta nota, a instituição trabalhava no encaminhamento da denúncia em questão para a Corregedoria do IF Sudeste MG, setor responsável pela apuração de ilícitos administrativos cometidos por servidores, assegurando o contraditório e a ampla defesa, conforme legislação vigente. Se confirmada a conduta ilícita, a instituição imediatamente aplicará as sanções previstas."
O comunicado destaca ainda que condutas inapropriadas anteriormente atribuídas ao professor em questão já estão sendo apuradas na Corregedoria do IF Sudeste MG. "Os setores competentes da instituição já estão se mobilizando para oferecer apoio aos estudantes, familiares e servidores envolvidos.Em âmbito criminal, a instituição está acompanhando as investigações e permanece à disposição para contribuir com as autoridades."
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