Cerca de 190 alunos do ensino fundamental da Escola Municipal Professora Onéa Lopes Gouvêa, em Muriaé, na Zona da Mata, foram contemplados com o plantio de 1,4 mil mudas de alface, repolho, cebolinha e quiabo, em uma horta comunitária nos canteiros da escola. As mudas foram cultivadas e doadas pela Penitenciária Doutor Manoel Martins Lisboa Júnior, também de Muriaé.
O principal objetivo da atividade apontado pela organização é ensinar as crianças sobre a importância da agricultura e suas práticas, da alimentação saudável e da sustentabilidade. Aliado a isso, a produção será destinada a enriquecer ainda mais a merenda escolar.
A iniciativa faz parte do Projeto "Chega mais, Comunidade!", promovido pelo Programa de Educação Ambiental (PEA) da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), que tem como parceiros a Secretaria Municipal de Educação de Muriaé, a Penitenciária Doutor Manoel Martins Lisboa Júnior, o Instituto Estadual de Florestas (IEF), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), empresas terceirizadas da CBA e comunidade escolar.
A finalização do plantio foi promovida no início do mês, embora o projeto não tenha prazo final. Todo o planejamento da horta, preparo do terreno e instalação do sistema de irrigação foi realizado com mão de obra de pessoas privadas de liberdade, e houve ainda orientação técnica de policiais penais que acompanham desde o cultivo das sementes até a transformação em pequenas mudas.
Os conhecimentos de um policial penal da unidade, formado em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), tiveram um papel fundamental em todo o processo. O diretor da Penitenciária de Muriaé, Rodrigo Camargo, lembra que o projeto e a parceria continuam firmes. “Vamos continuar doando mudas para a horta da escola. Temos espaço, mão de obra, insumos e capacidade técnica para isso. Além das mudas, doamos, semanalmente, legumes e hortaliças para oito escolas e instituições assistenciais”, relata o diretor.
As atividades de plantio e doações da unidade prisional começaram em 2019 e, hoje, suas mudas são enviadas para alguns presídios e penitenciárias do estado, que também doam toda a produção. Como reforçou Camargo, o trabalho realizado pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais vai muito além das grades e muralhas.
Sonho antigo, compartilhado com a escola. "Desde meus tempos de professora queria implantar e contagiar a todos com um projeto deste tipo", conta a diretora da Escola Professora Municipal Onéa Lopes Gouvêa, Andréa Bonato.
“As atividades proporcionadas pela horta comunitária são indispensáveis. Não há lugar melhor do que uma escola para trabalhar a educação ambiental e desenvolver seres humanos conscientes e ativos, especialmente com a ajuda de uma horta comunitária”, reflete. Houve a participação de alunos dos anos iniciais e finais do ensino fundamental, desde os pequenos até os jovens de 14 e 15 anos.
“Todos participaram de alguma forma, de acordo com a compreensão de cada idade. Coloriram as garrafas que ficam ao redor dos canteiros, cuidaram da terra, plantaram, adubaram e molharam”, detalha.
A Escola Municipal Professora Onéa Lopes Gouvêa está situada no distrito de Vermelho, em Muriaé.
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