No último sábado (16), uma criança de um ano, diagnosticada com bronquiolite, morreu na cidade de Lavras. A mãe, Sabrina Santiago, veio a público por meio das redes sociais para declarar que o óbito da filha aconteceu por causa da negligência no atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade.

De acordo com o histórico divulgado por Sabrina, a filha, Serena Santiago, foi levada para a UPA na última quarta-feira (13) para consultar e lá recebeu o diagnóstico de pneumonia. Na manhã do dia seguinte, 14 de março, ela foi internada.

O relato explica que a médica pediatra responsável pelo turno não avaliou a criança nesse dia, deixando que estagiários refizessem o diagnóstico como bronquiolite. Não houve aplicação ou indicação de remédio, apesar da piora da paciente.

A bronquilite, segundo o Ministério da Saúde, é uma reação inflamatória que ocorre em crianças e bebês. Na maioria das vezes, essa reação é causada por um vírus que começa como um resfriado comum, mas progride para tosse, chiado e dificuldade em respirar.

A preocupação com o diagnóstico de Serena fez com que a mãe se reunisse com a médica e os estagiários para explicar que a filha estava fazendo esforço para respirar e, como não tratou a pneumonia, o primeiro diagnóstico recebido, o estágio inicial avançou rápido demais. Na ocasião, ela pediu uma ambulância, pois percebeu que o lugar não teria estrutura para atender a filha.

Ainda na sexta, por volta das 11h, a menina foi transferida para a Santa Casa de Misericórdia por meio do Sistema Único de Saúde Fácil (SUS Fácil). Chegando ao local, a médica que a atendeu explicou que a última pediatra da UPA não havia informado que a criança estava fazendo grande esforço para respirar. Por causa desse fator, ela deveria ter sido levada direto para o Hospital Vaz Monteiro, pois apenas nele existe um Centro de Terapia Intensiva (CTI) Neonatal.

Apesar dos cuidados recebidos pela criança na da Santa Casa e do Hospital Vaz Monteiro, aos quais a mãe agradeceu em depoimento, a menina não resistiu e faleceu.

Para Sabrina, se a filha tivesse recebido o tratamento desde o começo, quando a ela ainda estava comendo e não precisava de oxigênio, Serena teria melhorado. Por causa do ocorrido, ela responsabiliza a negligência da UPA e de seus médicos (aos quais não citou nomes) e a falta de estrutura no pronto atendimento.

"[...] se tivessem transferido minha filha no primeiro dia para o tratamento, hoje ela estaria nos meus braços. Eu sei que se eu processar [a Unidade] vou perder, porque um patrimônio do governo nunca vai admitir suas negligências, mas eu acredito no meu Deus mais que tudo nessa vida. Então, para esses três médicos [que atenderam a criança], eu quero muito a justiça divina pelo descaso com a vida da minha filha. Fizeram hora e foram esperar algo que não podia ser esperado."

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Lavras e em nota oficial informou que o caso foi analisado e o prontuário da paciente da paciente foi verificado. "Foi constatado que a mesma foi atendida em tempo hábil, de acordo com seu estado de saúde no momento, foi passada pelo atendimento do médico e foram tomadas todas as condutas e pedidos todos os exames necessários de acordo com os protocolos médicos para a paciente, inclusive foi encaminhada e acompanhada por dois pediatras especialistas na unidade".

A nota ainda destaca que, como infelizmente toda doença pode seguir para um caminho de evolução, essa paciente evoluiu com a progressão da doença, sendo assim encaminhada para a unidade de maior complexidade, e que a partir desse momento a UPA não teve mais conhecimento do decorrer do caso. "Assim que foi avaliada pela Médica Plantonista, houve a necessidade de fazer o cadastro no SUS Fácil e a mesma foi conduzida à rede hospitalar através da ambulância da Unidade de Pronto Atendimento, o prontuário médico da menor está à disposição para a família se houver necessidade" salientou.

Reprodução Lavras - UPA de Lavras

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