A Operação Mata Atlântica em Pé 2024 identificou a supressão ilegal de 2.854 hectares de vegetação nativa em Minas Gerais, consolidando o estado como um dos mais afetados pelo desmatamento ilegal neste ano. O balanço da ação foi divulgado na sexta-feira (27), pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que coordenou a operação em parceria com a Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa) e a Fundação SOS Mata Atlântica.

Em Minas, as equipes de fiscalização monitoraram 113 alvos em 39 municípios, principalmente na Região Norte e no Vale do Jequitinhonha. As ações resultaram na aplicação de R$ 56,2 milhões em multas, um valor recorde para o estado. A área embargada, correspondente à extensão de vegetação nativa suprimida, também teve um aumento expressivo em comparação ao ano anterior, quando foram registrados 1.020 hectares de desmatamento. Essa é uma iniciativa de vanguarda que consegue, por meio de uma ação orquestrada e com uso de tecnologia, alcançar, cada vez mais, uma maior proteção desse ecossistema tão importante", afirmou o promotor de Justiça Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador do Meio Ambiente do MPMG.

A operação, que utiliza tecnologia de monitoramento via satélite através da plataforma MapBiomas, permitiu a identificação precisa de áreas desmatadas. As imagens em alta resolução são essenciais para detectar atividades ilegais e direcionar as equipes de campo para as regiões suspeitas. Ao identificar a supressão ilegal da vegetação, os responsáveis são autuados e podem responder criminalmente, além de terem restrições administrativas em registros de propriedades rurais e acesso a crédito.


Operação pelo Brasil: mais de 17 mil hectares desmatados

Em todo o país, a Operação Mata Atlântica em Pé fiscalizou 17.124 hectares de desmatamento ilegal em 17 estados, superando o total registrado em 2023, quando foram identificados 15,4 mil hectares. Os estados com maiores áreas de desmatamento foram Piauí, com 7.300 hectares; Minas Gerais, com 2.854 hectares; e Espírito Santo, com 1.029 hectares.

A operação é um esforço coordenado entre Ministérios Públicos e órgãos ambientais de todo o Brasil. O promotor Alexandre Gaio, presidente da Abrampa, destacou a importância do trabalho conjunto: "A Operação Mata Atlântica em Pé consolidou uma cultura de fiscalização do desmatamento ilegal no bioma, utilizando inteligência e o engajamento contínuo das instituições, o que tem contribuído para a redução dos índices de supressão ilegal."

Além de punir os responsáveis, a operação visa conscientizar sobre a necessidade de preservar a Mata Atlântica, um bioma essencial para a biodiversidade e para o equilíbrio climático. O desmatamento da vegetação nativa, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), pode agravar as mudanças climáticas e intensificar eventos extremos.

Com o sucesso da operação em 2024, espera-se que a fiscalização continue a crescer nos próximos anos, com a adoção de novas tecnologias e a ampliação das áreas monitoradas. As multas aplicadas até o momento totalizam mais de R$ 137 milhões em todo o país, o maior valor já registrado na história da operação.

Tags:
Desmatamento | Mata Atlântica

MPMG - Operação Mata Atlântica em Pé 2024 identifica mais de 17 mil hectares de desmatamento ilegal em 17 estados

Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!

COMENTÁRIOS: