Juiz de Fora enfrenta um período de estiagem agravado, no qual foi registrado um espaço de dois meses e meio sem chuvas. A falta de precipitação somada a condições climáticas que favorecem tempo seco diminuem a umidade relativa do ar. Neste domingo (14), de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o índice pode ficar abaixo do nível ideal, alcançando mínima de 30%, abaixo do valor designado como desejável para a Organização Mundial da Saúde (OMS), indicada acima dos 60%. Com esse quadro, para manter o organismo saudável, é imprescindível manter os cuidados com a hidratação.
Segundo a biomédica Pamela Castilho, professora da Estácio, as estações mais frias do ano exigem maior atenção. “Hoje nós todos temos acesso à umidade relativa do ar, vemos em noticiários, nos nossos celulares, é preocupante quando ela está abaixo de 40% . Quando ela está abaixo de 20% um alerta mais extremo.” Para se ter uma ideia, conforme Pamela, em alguns lugares no país, como no Centro Oeste, próximo à Brasília, a umidade chega a 10%, taxa que fica muito próxima à umidade relativa do ar no Deserto do Saara.
A preocupação com a hidratação deve ser ainda maior entre os idosos, as crianças e pessoas que têm a imunidade comprometida. Pamela explica que esses públicos têm uma tendência maior à desidratação. A umidade baixa leva a um maior gasto de energia. Os sinais de alerta emitidos pelo corpo mais comuns, conforme a biomédica, são: dores de cabeça, a urina muito concentrada e até confusão mental. Nos idosos, esse sintoma pode ser associado à doenças, mas muitas vezes, é causado pela desidratação.
“As doenças crônicas que podem se agravar com o tempo seco são, principalmente, as doenças crônicas inflamatórias e quadros alérgicos e doenças respiratórias. O ar seco é muito mais irritante para o nosso sistema respiratório e isso leva a um agravamento desses quadros respiratórios”, detalha Pamela. Outro fator que contribui para as doenças respiratórias é o fato de ficarmos em ambientes com menor circulação de ar, para nos mantermos aquecidos.
Para que tenhamos os efeitos nocivos do tempo seco reduzidos, como temos a perda de água e maior gasto de energia, precisamos repor a água que perdemos no processo. ”Apesar de pensarmos que a desidratação é uma coisa irrelevante, ela pode, dependendo da situação, levar à morte”, alerta Pamela. Ela orienta que fiquemos atentos às dores de cabeça frequentes, à ardência no nariz durante a respiração.
“Devemos tomar, pelo menos, dois litros de água por dia. São raras as pessoas que conseguem bater esse objetivo, porque temos um estilo de vida agitado, corrido, principalmente nas grandes cidades. Nós não paramos, não temos tempo de ficar tomando água o tempo todo, nós não temos esse hábito”, diz a biomédica. Ela aconselha a adoção do uso de garrafas de água sempre ao alcance das mãos. “Porque se tivermos, passamos a ter um hábito. Sempre que vejo a garrafa, me lembro que preciso tomar água.”
A quantidade e frequência da urina também devem ser sinais de alerta. “Devemos prestar atenção também na coloração, quanto mais escura e concentrada, menos hidratado está o nosso organismo. Se o meu organismo está mais hidratado, a tendência é que a minha urina saia mais límpida. mais clarinha. Se está mais concentrada, preciso prestar mais atenção na minha ingestão de água.”
O intestino também costuma reagir à falta de água. Pamela acrescenta que pessoas que se hidratam menos, costumam ter mais problemas com o intestino preso. “A gente precisa controlar essa ingesta de água, para que tenhamos um bom funcionamento dos rins e do intestino.”
Outros sintomas de que é preciso prestar atenção à hidratação são: pele, lábios e mucosa nasal ressecados. O que pode ocorrer até durante atividade física, quando costumeiramente respiramos pela boca.
Combinação de seco com queimadas agravam os riscos
Quando a baixa umidade do ar se encontra com a poluição agravada pelas queimadas, o quadro fica ainda mais perigoso, afirma a professora Pamela Castilho. “ Muitas pessoas não sabem, mas a fumaça tem a composição de algumas pequenas partes sólidas. Essas micropartículas, quando entram em contato com o nosso sistema respiratório, também são muito irritantes. Essa fumaça acaba prejudicando bastante quem já tem doenças no trato respiratório.”
Outro prejuízo causado por essa combinação de fatores nocivos é o aumento da ocorrência de quadros alérgicos na pele. “Nesse caso, o que devemos fazer é : após o banho, passarmos uma camada de creme hidratante na nossa pele ainda úmida, para reter a umidade do nosso banho e garantir uma camada de proteção extra à nossa pele. Porque quanto mais protegida e hidratada, menor a tendência a ter quadros alérgicos.”
Os olhos e narizes também necessitam de cuidados reforçados. “Devemos usar o soro fisiológico para fazer a hidratação do nariz e também podemos usar nos olhos. Temos também colírios que são lubrificantes, que atuam muito bem, garantindo esse conforto.” Ressecados, os olhos ficam mais vulneráveis à coceiras e, consequentemente, à irritações.
Por isso, o tempo seco é propício para doenças como conjuntivites, porque nem sempre estamos com as mãos adequadamente limpas, quando as levamos aos olhos, para coçá-los. “O ideal é nunca coçar os olhos. É importante nos mantermos sempre bem hidratados, bebendo bastante água, porque a nós evitamos desde crises alérgicas, até quadros mais graves como a desidratação, que pode levar à morte.” Por fim, a biomédica recomenda que as pessoas evitem fazer atividades físicas nos períodos mais secos e quentes do dia, geralmente, das 10h às 16h. Caso não seja possível se exercitar em outro horário, o conselho é caprichar na ingestão de água.
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