O Dia Mundial da Obesidade é celebrado neste sábado (4). A doença já afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e está diretamente ligada à fatores como genética, estilo de vida, estresse e hábitos alimentares.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma: a obesidade é um dos mais graves problemas de saúde que o mundo deve enfrentar. Atualmente, segundo o órgão, já são mais de 1 bilhão de pessoas obesas.
“Na realidade, a obesidade é uma doença que sofre influência de diversos fatores, como a genética, estilo de vida, estresse, doenças associadas, tratamento medicamentoso e hábitos alimentares. Ou seja, não é um fator individual, e sim a consequência de um conjunto de fatores, logo, não faz sentido tratar isoladamente”, explica Carlos Alberto de Oliveira Filho, diretor Clínico da UPA Zona Leste, em São Paulo.
O médico especialista no tratamento da obesidade é o endocrinologista. Porém, o tratamento requer uma equipe multidisciplinar composta também por nutricionistas, psicólogos e professores de educação física.
“É um problema complexo e não basta apenas focar na alimentação, é preciso regular o organismo do ponto de vista clínico e hormonal, acompanhar as questões psicológicas envolvidas no ganho e perda de peso, inserir exercícios físicos para acelerar o metabolismo, entre outras ações”, destaca o diretor.
A abordagem, alinhada ao tratamento, deve ser personalizada, considerando o histórico do paciente. “Fica claro que não basta querer ou ter força de vontade, o obeso precisa de orientação de diferentes especialistas para ter sucesso no seu tratamento”, complementa Carlos Alberto.
A obesidade é uma doença crônica que afeta a maioria dos sistemas do corpo, atingindo articulações, coração, fígado, rins e sistema reprodutivo. “Como consequência temos uma série de doenças crônicas não transmissíveis, como o diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), algumas formas de câncer e, até mesmo, problemas com a saúde mental”, cita o especialista.
Segundo o Ministério da Saúde, dos mais de 4 milhões de adolescentes acompanhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), até outubro de 2022, quase 1,4 milhão foram diagnosticados com sobrepeso, obesidade ou obesidade grave.
A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) constata que a doença aumentou 72%, de 2006 a 2019. Ainda de acordo com a entidade, 70% das causas da obesidade podem estar associadas a fatores hereditários, genética, histórico familiar e etnia. Por esse motivo, o tratamento adequado da doença deve combinar diferentes aspectos, como:
• Acompanhamento multidisciplinar que dê suporte às questões físicas e emocionais;
• Reeducação alimentar;
• Atividade física;
• Medicação, apenas quando prescrito por profissional.
De acordo com especialistas, a obesidade tende a piorar com o passar dos anos, caso o paciente não seja submetido a um tratamento adequado e contínuo. “Essa questão da continuidade está diretamente relacionada às metas estipuladas. É essencial ser realista e ter calma, uma vez que abordagens muito agressivas aumentam o risco de desistência do tratamento”, alerta o médico.
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