O estado de São Paulo registrou de janeiro até o último dia 16 de março, 35,6 mil casos de dengue e 25 óbitos ocasionados pela doença, segundo balanço da Secretaria de Estado da Saúde (SES). No mesmo período de 2022, foram confirmados 41 mil casos e 39 óbitos. O período de maior transmissão da dengue começa no final da primavera e se estende até o início do outono, quando as condições climáticas são mais favoráveis à proliferação do vetor.
Segundo as informações da SES, a pasta realiza permanentemente ações de combate ao mosquito transmissor da dengue com apoio aos municípios, que são responsáveis pelo trabalho de campo para a prevenção à doença. O alerta é para o controle e eliminação do criadouro do mosquito Aedes aegypti, porque com o clima mais quente a proliferação é mais fácil.
“Nossa maior preocupação é o Noroeste do estado, onde o clima é mais quente, a região metropolitana de São Paulo e a capital paulista. Esses locais são os chamados hot spots para os quais sempre mantemos o alerta. Com essa temperatura mais alta, intensidade de chuva e a completa adaptação do mosquito, temos o pacote perfeito para que o mosquito se prolifere se não tivermos controle sobre os criadouros”, explicou a diretora da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) da SES, Regiane de Paula.
De acordo com diretor da SES, o número menor de casos e óbitos em relação ao ano passado se deve sazonalidade da doença. No inverno, a tendência é de diminuição de casos, mas além de haver meses do ano em que é possível observar uma alta na taxa de transmissão, há outros períodos em que ocorrem ciclos epidêmicos e interdepidêmicos de um ano para outro.
“Em 2016 tivemos uma epidemia no estado. Aí temos que saber qual vírus está circulando, se é o 1 ou 2. Há uma série de fatores que podem levar a isso. Temos a notificação e a questão do limite de município. Há cidades que fazem fronteira com outras que têm alta incidência, mas estão silenciosos. Para esses pedimos atenção especial para notificação e para os sintomas”, disse Paula.
A orientação é para que ao perceber febre abrupta, náusea, dor no corpo, dor atrás dos olhos, a pessoa procure atendimento médico e faça o exame para se certificar. De Paula falou que os casos atuais têm sido mais leves, mas é extremamente importante que a população esteja alerta a qualquer sinal. “Se tiver qualquer sintoma, deve-se começar a hidratação e procurar unidade de saúde. Temos pico de sazonalidade, mas não podemos esquecer da dengue o ano inteiro. Importante também que as pessoas tirem um dia da semana para cuidar do entorno do jardim, da calha da casa, eliminar os criadouros. Isso faz toda diferença”, lembrou a diretora.
Sobre o cenário atual, de Paula reforçou que apesar do número mais baixo de casos em relação ao ano passado, a dengue nunca oferece um cenário muito tranquilo. “Nós trabalhamos para que todos façamos o controle e evitando um caso que seja, já estamos obtendo êxito. O cenário está menos intenso, mas sempre preocupa, porque de um momento para o outro pode haver aumento. O que queremos e que esses casos não aconteçam”.
Sobre a vacina contra a dengue, ela afirmou que o imunizante passou pela Análise da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que é um dos critérios para que o governo passe a comprar e distribuir a vacina, mas ainda não há nenhuma sinalização sobre a compra.
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