Segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma, a doença é a maior causa de cegueira irreversível e pode afetar mais de dois milhões de brasileiros acima dos 40 anos. A doença, segundo a oftalmologista, Cláudia Castro, é silenciosa, porque muitas pessoas que convivem com ela, não sabem, porque não sentem sintomas ou não percebem que a pressão intraocular está muito alta. 

Ainda de acordo com os dados da Sociedade Brasileira de Glaucoma, cerca de 70% das pessoas que convivem com a doença não sabem que estão doentes. "O paciente não sente nada, nem dor, nem incômodo. Então, se ele não vai ao oftalmologista,, leva a vida normal. Não sabe que ele está com aquela pressão tão alta", diz a médica. 

O perigo, de acordo com Cláudia, é que se a pressão nos olhos permanece alta por longos períodos de tempo, vai danificar o nervo óptico. "Com isso, a pessoa perde o campo de visão. No início, a perda do campo de visão é muito periférica, então, é difícil de perceber. Quando ele vem ao médico, porque acha que está com dificuldade de enxergar, já perdeu uma parte significativa do campo de visão. O que ele perdeu, não tem como recuperar."

Pessoas com histórico familiar de casos, principalmente em parentes de primeiro grau, pessoas negras e afrodescendentes, diabéticos, hipertensos ou portadores de síndromes metabólicas,  pessoas com miopia e usuários de remédios à base de corticoides são mais propensos ao problema ocular, conforme salienta a oftalmologista.

Cláudia explica que o índice de pressão intraocular considerado normal é até 21. O que ultrapassa esse limite, precisa ser avaliado pelo profissional. "Normalmente, o tratamento é feito com o uso de hipotensores oculares em colírios.  Em alguns casos, quando o paciente não consegue atingir a pressão desejável com o arsenal de colírios que temos no mercado, possua uma intolerância muito grave ao colírio ou uma dificuldade financeira com a qual ele não consiga arcar com as custas, é indicada a cirurgia". Mas a abordagem, é conforme o estado de cada paciente, especificamente.

O acompanhamento é feito com exames que verificam as estruturas dos olhos, como a retinografia, que identifica se houve alteração nas fibras nervosas."Porque ás vezes tem uma alteração, mas ainda não repercutiu no campo visual, então é preciso  fazer exames". Assim como verificar a pressão ocular regularmente. "Se há perda de campo visual, tem que fazer um acompanhamento mais de perto. Tem que ir ao oftalmologista sempre. É preciso manter a pressão intraocular baixa para não desenvolver o glaucoma. Quando já tem, é tratar para não ter progressão da doença."

Como frisa Cláudia, a maioria das pessoas busca os médicos oftalmologistas ou para renovar a carteira de motorista, ou em função de outros problemas, como miopia, astigmatismo e hipermetropia. Porém, incluir exames para verificar a pressão intraocular é essencial para evitar uma perda irreversível do campo visual.


 

 

 


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Glaucoma | Saúde

Pixabay - Exame oftalmológico

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