A escoliose idiopática, uma condição que afeta principalmente crianças e pré-adolescentes, é muitas vezes assintomática, o que torna seu diagnóstico um desafio. Entre os primeiros sinais da doença estão a inclinação da bacia e a assimetria dos ombros. Estar atento a esses sintomas é crucial para um tratamento eficaz, evitando complicações mais graves no futuro.

Existem diferentes tipos de escoliose, como a congênita, neuromuscular, idiopática, degenerativa e antálgica. Cada tipo deve ser classificado de acordo com idade, grau, angulação e topografia da curva, o que permite aos profissionais da saúde decidirem sobre o melhor tratamento para cada caso.

A doutora Hanna Emille, ortopedista pediátrica e professora do IDOMED, destaca que a escoliose pode ter impactos significativos na vida dos pacientes. “Quando o tratamento não é realizado corretamente, o paciente pode apresentar deformidades da região torácica, o que pode causar complicações cardíacas ou pulmonares. Também tem a estigmatização, porque são pacientes adolescentes que estão usando coletes”, explica. Ela ressalta a importância do acompanhamento psicológico durante o tratamento para auxiliar na aceitação do uso do colete, que deve ser usado por 23 horas diárias, reforçando a necessidade de uma abordagem multidisciplinar para o sucesso do tratamento.

William Torres, fisioterapeuta e professor da Estácio, complementa que “a escoliose acomete principalmente a fase da adolescência, mas é importante considerar que ela pode afetar qualquer idade”. Ele esclarece que a doença tende a se manifestar durante o "estirão de crescimento", entre os 8 e 13 anos, embora também possa surgir precocemente. Isso enfatiza a importância de um diagnóstico rápido e preciso para a intervenção imediata.

Os tratamentos variam desde terapias físicas específicas até intervenções cirúrgicas, que visam impedir o avanço da doença e o agravamento da curva. Torres enfatiza que “o tratamento baseado em exercícios específicos tem sido o melhor plano para o paciente”. Ele também menciona o uso de coletes modernos, inclusive com tecnologia 3D, e a possibilidade de cirurgia, destacando que o tratamento deve começar logo após o diagnóstico para garantir melhores resultados.

A escoliose exige atenção contínua e tratamento adequado para minimizar suas consequências e melhorar a qualidade de vida dos afetados.

Reprodução - Escoliose: doença afeta entre 2% e 4% da população entre 0 e 18 anos

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