A Companhia de Teatro GTMG/Cia Tralha lança o espetáculo Teatro Tridimensional “A Espera do Amanhã” em Juiz de Fora, dia 18 de julho no Museu Mariano Procópio. Esta peça conta a história da doação do Museu Mariano Procópio para a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e um dos seus diferenciais é que o espetáculo oferece a audiodescrição, uma ferramenta utilizada para inclusão de pessoas cegas ou com baixa visão para que consigam compreender conteúdos audiovisuais. Segundo a Fundação Dorina Nowill Para Cegos, esse recurso é direcionado ao público com deficiência visual, mas pode beneficiar outros públicos com outras deficiências e idosos.
Alexandre Guttierrez, diretor da peça, conta sobre o que os espectadores devem esperar do espetáculo: “A peça conta a história da doação do Museu Mariano Procópio feita por Alfredo Ferreira Lage e, na trama, algumas obras que estão no museu ganham vida, porque elas querem saber qual a doação para onde elas estão indo.”
O espetáculo com a audiodescrição será divulgado apenas pela plataforma do YouTube
Kelly Scoralick, jornalista e audiodescritora desse conteúdo audiovisual, conta que acha muito interessante o fato de a maior parte ser gravada na Galeria Maria Amália, lugar onde será feita a primeira exibição, proporcionando uma experiência imersiva. Ela conta ainda sobre a importância da audiodescrição como forma de inclusão: “Na verdade, eu não vejo mais nenhuma obra, evento ou vídeo que a gente não pense na acessibilidade. Na verdade, quando a gente está inserindo esse recursos ali de descrição estamos de fato permitindo que os nossos produtos sejam acessíveis para todo mundo, fazendo com que todas as pessoas possam assistir essa peça de e foi gravada”. Ela, que realizou a audiodescrição do espetáculo com consultoria da Nara Werner e libras da Andressa Maria, ressalta suas percepções sobre o projeto contando que foi um projeto interessante de participar, pois, além da história, existem muitos detalhes puderam ser melhores descritos e contados para pessoas cegas.
Sobre a companhia
Criado em 7 de março de 1994, o GTMG/Cia Tralha é hoje um dos mais antigos grupos de teatro da cidade de Juiz de Fora, com atuação ininterrupta. Sua história se mistura com as artes cênicas locais, tendo participado ativamente da cena juiz-forana e mineira.
Durante mais de 29 anos de atuação, o grupo se dedicou nos últimos 20 anos à realização de um teatro mais sensorial, itinerante e andarilho pelo espaço de encenação, com a proposta de trazer o espectador para algo maior. A busca foi por um compartilhamento dos planos de encenação, criando assim uma dicotomia do espaço. Essas propostas deixaram legados na cidade. Hoje, inúmeros coletivos e grupos se apropriaram do espaço de encenação não convencional, graças a essas explorações pioneiras e à coragem de assumir e insistir. Montagens como: A Casa de Bernarda Alba (2004), Anne Frank (2005), Dinastia (2009), Palhaços (2010), Alice (2011), as diversas montagens do Projeto Nesta Sexta tem Teatro e O Nome do Sujeito (2019) são exemplos significativos deste teatro.
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