Os 150 anos da Par?quia de Santo Ant?nio

A Arquidiocese de Juiz de Fora comemora no dia 31 de maio de 2000 os 150 anos de funda??o da Par?quia de Santo Ant?nio, a mais antiga da cidade.

31/05/2000

A devo??o a Santo Ant?nio foi introduzida oficialmente em Juiz de Fora por Ant?nio Vidal, em 1741. Na ocasi?o, esse morador da vila solicitou ? diocese de Mariana a constru??o de uma capela em sua fazenda dedicada ao santo de sua devo??o- Santo Ant?nio. Nesse per?odo, Santo Ant?nio j? era um dos santos mais populares no Brasil e em Portugal.

Em 1844, a Igreja recebe do Governador da Prov?ncia de Minas o requerimento permitindo a constru??o de uma outra capela, agora no n?cleo da vila de Juiz de Fora, atendendo ao anseio dos moradores que, com o crescimento da vila, j? sentiam a necessidade de uma capela para a realiza??o de seus cultos. O terreno para a constru??o foi doado pela fam?lia Tostes.

Em 1847, ? inaugurada a capela de Santo Ant?nio, mantendo-se assim a devo??o ao santo iniciada na vila por Ant?nio Vidal. A imagem do santo colocada na nova capela, foi retirada da que havia sido constru?da na fazenda de Ant?nio Vidal, anos antes. Da? vem a hist?ria de "Santo Ant?nio Fuj?o". Reza a lenda que a imagem de Santo Ant?nio voltava para tal fazenda sem que ningu?m a levasse. A imagem era devolvida a capela e novamente "fugia" para a fazenda de Vidal. Tudo indica se tratar de uma disputa entre as duas comunidades. Ligado ? capela do centro da vila tamb?m foi constru?do um cemit?rio.

Em 31 de maio de 1850, a Capela de Santo Ant?nio deixa de pertencer ? Freguesia de Sim?o Pereira e passa a ser a Par?quia de Santo Ant?nio do Paraibuna. O primeiro vig?rio da matriz foi o padre Thiago Mendes Ribeiro. A eleva??o da categoria de capela para matriz coincidiu com a emancipa??o de Juiz de Fora.

Com o crescimento da cidade, houve a necessidade de se ampliar as depend?ncias da Igreja. Em 1864, o cemit?rio foi transferido para outro local e a Igreja foi derrubada para a constru??o de uma outra. Em 1866 foi inaugurada a nova igreja matriz.

Em 1924, Juiz de Fora se desvincula da Diocese de Mariana e passa a ser tamb?m uma diocese. O primeiro bispo de Juiz de Fora foi Dom Justino Jos? de Sant'Anna e a Matriz de Santo Ant?nio tornou-se, ent?o, Catedral.

Na d?cada de 40, Dom Justino lan?a a id?ia de fazer uma reforma na matriz, adotando um projeto arquitet?nico de Catedral em estilo g?tico. Enquanto faz a campanha para arrecadar fundos para a concretiza??o de seu projeto, o teto da Catedral desaba. Sem os recursos necess?rios para a "Catedral G?tica", construiu a c?pula da igreja, as varandas em frente ao rel?gio, aumentou as laterais, preservando as torres da antiga Catedral. As obras come?aram em 1950 e a igreja foi reinaugurada em 1966.

Em 1997 foi criado o Centro da Mem?ria da Arquidiocese de Juiz de Fora para reunir, conservar e pesquisar a hist?ria da Igreja na cidade e regi?o. O Centro da Mem?ria funciona nas depend?ncias do Semin?rio Arquidiocesano Santo Ant?nio.

Quem foi Santo Ant?nio?

Fernando de Bulh?es y Taveiro de Azevedo, nasceu no dia 15 de agosto de 1195, em Portugal. Aos 15 anos ingressa no Semin?rio da Ordem dos C?negos Regulares de Santo Agostinho.

Dois anos depois, conclu?da a Filosofia, pede para ser transferido para Coimbra, a capital portuguesa, onde a Ordem dos Agostinianos tinha o Mosteiro da Santa Cruz. O motivo principal era a disciplina e o sil?ncio. Em Coimbra Fernando adquire grande familiaridade com a Sagrada Escritura. Conclu?dos os estudos regulares, Fernando ? ordenado sacerdote, mas continua se especializando nos estudos b?blicos. Certo dia batem ? porta do mosteiro cinco frades, descal?os, pobres: pediam esmola em forma de comida. Fernando os atende e pede que entrem e participem da mesa comum. Conversa muito com os freis Otto, Bernardo, Ac?rsio, Adiuto e Pedro. Ant?nio descobre que se preparavam para serem mission?rios em Marrocos, na ?frica. Moravam no convento de Santo Ant?o dos Olivais, ali perto.

Fernando se interessa por tudo o que falam e aproveita para visit?-los no convento. Fica sabendo que os frades s?o de uma ordem fundada anos atr?s por Francisco de Assis. Sua espiritualidade era viver na pobreza, nada possuir. N?o tinham conventos e se sustentavam de esmolas. Isso tudo para anunciar a Palavra de Deus. Jovens de toda a Europa estavam fascinados com esse ideal. Eles, dois a dois, anunciavam o amor de Jesus. Fernando viu os frades partirem, descal?os, a p?, rumo a Lisboa, onde embarcariam para Marrocos. Toca-lhe o cora??o a disposi??o desses jovens mission?rios, t?o pobres e t?o felizes! O que ainda n?o sabia ? que esse epis?dio mudaria sua vida.

Em fevereiro de 1220 uma not?cia sacode Coimbra: Dom Pedro, irm?o do rei de Portugal, trouxera as rel?quias de cinco frades, mission?rios em Marrocos. Os jovens insistiam tanto em anunciar o Evangelho que o rei Miramolin os liquida a golpes de espada. Os corpos s?o jogados ? multid?o, que os estra?alha. S?o recolhidos pelos crist?os e remetidos a Coimbra. Fernando fica emocionado: h? poucos meses os frades estavam ali, esmolando, falando da miss?o. Sente um grande impulso de substituir aqueles jovens, partir para a miss?o e dar a vida por Jesus. Isso n?o seria poss?vel como monge agostiniano. Com o tempo amadurece a decis?o de ser frade. Meses depois, em 1221, Fernando ? admitido na Ordem Franciscana e passa a se chamar frei Ant?nio de Lisboa. Recebe ordem de partir para Marrocos. Mal chegou l? e se adoentou e, sem condi?es de permanecer na miss?o, volta tempos depois para Portugal.

Com o passar dos anos, Santo Ant?nio se revelou grande orador e conhecedor das Escrituras. Lecionou teologia admiravelmente em Bolonha, Montpelier, Toulouse e P?dua. Pela P?scoa, em 1228, pregou em Roma na presen?a do Papa Greg?rio IX. Proferiu suas prega?es quaresmais em fevereiro e mar?o de 1231 e, no inverno daquele ano, escreveu os "Serm?es".

Realizou diversos milagres e dedicou sua vida ? prega??o e aos mais pobres. Levava uma vida de humildade e f? profunda. Adotou P?dua como sua cidade predileta por ter conseguido l? o maior n?mero de convers?es, chegando a fundar nessa cidade uma Associa??o dos Convertidos. Ficou conhecido como Santo Ant?nio de P?dua ou de Lisboa.

Morreu em 13 de junho de 1231, depois de entoar um hino a Nossa Senhora. Greg?rio IX o canoniza em menos de um ano ap?s sua morte, em 30 de maio de 1232, dia de Pentescostes, na Catedral de Espoleto.

Em 1263 o povo de P?dua v? quase conclu?da a imensa bas?lica em honra do Santo. Transporta-se a urna com os restos mortais de Santo Ant?nio para o novo templo. Para surpresa de todos, com exce??o dos ossos, tudo tinha virado p?, menos a l?ngua, que se encontrava incorrupta. Ainda hoje se encontra em P?dua, dentro de um precioso relic?rio.

Santo Ant?nio ? um dos santos mais populares do mundo crist?o. Dif?cil encontrar uma par?quia sem alguma capela com sua invoca??o ou com sua imagem. No Brasil s?o mais de 500 igrejas que o t?m como padroeiro. ? invocado principalmente pelos pobres e sofredores. Podemos dizer que Santo Ant?nio ? o Santo dos pobres. As esmolas dadas com a finalidade de obter sua intercess?o chamam-se "P?o de Santo Ant?nio". Em muitas igrejas, ?s ter?as-feiras, se faz a b?n??o e a distribui??o de p?es.

Na Am?rica Latina ? o Santo casamenteiro e o Santo das coisas perdidas. Mo?as pedem sua intercess?o para realizarem um casamento, casais pedem ajuda para manter a fam?lia unida. E quem perde um objeto reza o Responso de Santo Ant?nio para reencontr?-lo.

No meio de todos esses aspectos devocionais, festivos, populares de sua invoca??o, n?o se pode esquecer, em Santo Ant?nio, a busca da santidade, a imita??o de Jesus de maneira radical e seu ?mpeto mission?rio. O ideal de sua exist?ncia terrena foi a ora??o e o an?ncio do Evangelho.

E ? preciso tamb?m lembrar Santo Ant?nio como intelectual brilhante e, de modo especial, como mestre da Sagrada Escritura. Os serm?es que deixou escritos atestam a profundidade de sua leitura e o conhecimento da B?blia. Em 10 de janeiro de 1946 o Papa Pio XII o proclamou Doutor da Igreja com o t?tulo de Doutor Evang?lico, o que significa que Santo Ant?nio deu contribui??o original e aut?ntica para a viv?ncia e conhecimento da f? crist?. O mais importante por?m, ? ver no santo o homem evang?lico.

Fonte: Pastoral da Comunica??o
da Arquidiocese de Juiz de Fora


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