Profiss?o: Historiador

Mercado de Trabalho

Quem cursa Hist?ria pode optar pela Licenciatura (atuando na ?rea de ensino de 1? e 2? graus) e o Bacharelado (a pesquisa em institui?es, como centros de estudo e museus) e, a partir do novo curr?culo, a Gest?o do Patrim?nio Hist?rico, garantindo treinamento em atividades de pesquisa e gest?o documental.

Sob este panorama, a doc?ncia deixa de ser a ?nica op??o no mercado de trabalho para o formando em Hist?ria. O trabalho em arquivos, museus, diversas ag?ncias e projetos em m?dias impressas ou eletr?nicas t?m aberto o leque de op?es para o historiador de hoje.

Entrevista - Daniela Freitas

?De malas prontas?

Daniela Pires de Freitas est? se formando em Licenciatura pela faculdade de Hist?ria da UFJF e procurando emprego na cidade de S?o Paulo, j? tendo mandado curr?culos para algumas escolas de 1? e 2? graus. Embora esteja de malas prontas para se mudar de vez, ela manter? v?nculo com a UFJF atrav?s do Bacharelado, no qual j? se matriculou. ?N?o existe a obriga??o de freq?entar as aulas da Faculdade para graduar-se bacharel, o que n?o me impedir? de trabalhar em outra cidade e, ainda, transformar em monografia trabalhos que realizei durante os ?ltimos per?odos da Licenciatura?, argumenta.

Al?m de criticar a falta de did?tica da maioria dos professores com quem teve aulas, Daniela fala que a sua maior dificuldade foi encontrar, dentro das vertentes historiogr?ficas de maior peso na institui??o, uma que lhe inspirasse estudar em ?profundidade?. ?O forte da faculdade ? o per?odo republicano e existem muitos estudos em cima do escravagismo e eu senti falta de estudar temas mais contempor?neos?, explica a estudante que, no final do curso, recebeu o convite de uma professora rec?m chegada na faculdade para estudar a hist?ria do cinema e as transforma?es s?cio-culturais provocadas pela ind?stria f?lmica, atrav?s de uma bolsa do CNPq.

Entrevista - Rodrigo Duque

O estudante de Direito que virou professor de Hist?ria

Apesar de dar aula desde os 20 anos, o estudante de Hist?ria Rodrigo Ot?vio Morais Duque (foto ao lado) ainda n?o faz parte oficialmente do mercado profissional. Ele se forma no pr?ximo m?s em Licenciatura pela UFJF. Antes mesmo de ter o diploma nas m?os, d? aula em um cursinho do qual ? um dos s?cios e foi selecionado para integrar a equipe de um dos mais conhecidos pr?-universit?rios de Juiz de Fora:
  • JF Service - O que levou voc? a cursar a faculdade de Hist?ria?
    Rodrigo Duque - Minha m?e queria que eu fosse m?dico porque considerava uma ?bela? profiss?o. Eu queria compreender o mundo e para isto fiz o vestibular de Hist?ria. Para compreender o caminho que o homem tomou, nada melhor que estudar a g?nese de todo este processo, o ?passado? propriamente dito. A fim de entender ainda mais as complica?es humanas, resolvi ingressar, no mesmo ano, no curso de Direito. Durante dois anos, conciliei as duas faculdades, mas optei por me formar em Hist?ria. Considero uma oportunidade ?nica estudar a sociedade e sua forma??o atrav?s dos conceitos historiogr?ficos.

  • JF Service Voc? faria algum tipo de cr?tica ? gradua??o?
    Rodrigo Duque - A gradua??o me serviu para ?comer em todas as panelas? e n?o me aprisionar em uma s? vertente, conceito ou ?poca hist?rica a ser pesquisada. Infelizmente, tenho observado este tipo de conduta nos centros de gradua??o, onde se fecham os alunos em um determinado campo de pesquisa. Para validar o que penso ser o ideal, cito Edgar Rodrigues, que avalia a Academia como o ?caminho da broca?, onde se aprofundam e delimitam objetivos at? que se perca a ?vis?o do sol?, isto ?, da luz, do esclarecimento.

  • JF Service E ao curso em si?
    Rodrigo Duque - A mediocridade de alguns profissionais suplantando a cria??o e a inventividade de seus alunos devido a interesses pessoais. Existe na maioria das faculdades, uma politicagem visando o poder, cargos, benef?cios e verbas que as universidades p?blicas t?m a oferecer.

  • JF Service Por que a Licenciatura e n?o o Bacharelado?
    Rodrigo Duque - S?o terminologias acad?micas, a Educa??o privilegiada na Licenciatura e a pesquisa cient?fica que caracteriza o Bacharelado se fundem na pr?tica. Um educador que n?o pesquisa para dar embasamento ?s suas aulas n?o pode ser considerado um profissional s?rio, ele ser?, apenas, um cat?logo de dados e informa?es, coisa que a Internet ? hoje com muito mais compet?ncia. J? o historiador educa no sentido de passar, seja em qualquer ve?culo que atue - livro, TV, cinema, um acontecimento hist?rico que formar? a opini?o da massa.

  • JF Service O que ? ser um professor de Hist?ria para voc??
    Rodrigo Duque - Eu sou completamente apaixonado pelo conceito intr?nseco da Educa??o, porque ela engrandece em duas vias - o professor e o aluno. Ser Mestre ? poder estimular as habilidades natas e cognitivas de cada indiv?duo, ? muito mais que ensinar, porque se aprende muito no contato di?rio com as pessoas e suas diferen?as s?cio-culturais. O professor aprende muito e hoje, mais que nunca, tem que esfor?ar-se para se destacar em meio a tanta informa??o, que, na maioria das vezes, s?o rasas e deturpadoras da realidade.

  • JF Service Como est? o mercado para o profissional de Hist?ria?
    Rodrigo Duque - Est? afunilado como para os profissionais de outras ?reas. Tenho sorte de sair da gradua??o empregado, tive um empurr?o no come?o, algumas indica?es que me ingressaram no setor de educa??o p?blica, mas, muito mais por meu m?rito, permaneci no mercado. A m?dia salarial no ensino p?blico ? de R$9 a hora/aula, enquanto que a m?dia em cursinhos de Juiz de Fora ? de R$12, podendo chegar a R$18 a hora/aula.


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