Os provedores e a greve dos usu?rios

Comunicado oficial da ABRANET (Associa??o Brasileira dos Provedores de Acesso, Servi?os e Informa?es da Rede Internet) sobre a greve

Antes de mais cabe esclarecer que a ABRANET v? o movimento dos usu?rios dentro de um processo de amadurecimento do pr?prio usu?rio, se declarar na dire??o dos fornecedores de telecomunica?es e n?o contra os provedores.

Com esse esp?rito, faz-se, necess?rio um esclarecimento amplo, ? opini?o p?blica sobre a posi??o da Associa??o de provedores, no sentido de recolocar as coisas em seu devido lugar, baseado nas seguintes premissas:

  1. A iniciativa da greve tem origem n?o identificada, levando a supor que se trata de atitude espont?nea de usu?rios residenciais com uso pesado de Internet, uma vez que clamam pelo direito de pre?o baixo para acesso ilimitado.
  2. A estrat?gia montada para a greve, em nossa opini?o, peca em dois pontos fundamentais :

2.1 A data escolhida.
Um dia de semana em que muitas empresas n?o poder?o abdicar do acesso para usos profissionais, comprometendo os n?veis de ades?o.

(Na Fran?a, uma greve similar foi realizada entre a meia noite de um S?bado e at? ? meia noite de Domingo)

2.2 A informa??o incorreta de que nos Estados Unidos o pre?o de acesso ilimitado ? de U$ 10,.
Os pre?os para acesso ilimitado nos USA s?o de cerca de U$ 21,

Por?m, que fique claro que:

A ABRANET aceita tal movimento como um momento de reflex?o, extremamente ?TIL, V?LIDO e NECESS?RIO, e, interpretando o desejo de seus associados – oferece esclarecimentos adicionais que permitir?o uma melhor avalia??o do mercado e posiciona cada um dos intervenientes respons?veis pela atual situa??o.

Cen?rio da Internet no BRASIL

In?cio   Setembro de 1995

Usu?rios

Assinantes 1995 200.000 250.000 1996 400.000 450.000 1997 850.000 1.100.000 1998 1.600.000 2.200.000

 

Provedores comerciais (1998)

327 Provedores
com 866 pontos de acesso
em 350 cidades brasileiras

Distribui??o geogr?fica dos Provedores:

S.Paulo 28.1 %
Minas Gerais 14.2 %
Rio Grande do Sul 8.9 %
Rio de Janeiro 8.4 %
Paran? 7.5 %
Bahia 6.5 %
Santa Catarina 5.8 %

Planos de Acesso t?picos no Brasil (Oferta)

Acesso Ilimitado   34.9 %
10 horas/m?s        28.8 %
20 horas/m?s        23.0 %

Pre?os m?dios praticados no Brasil U$ / hora

Acesso Ilimitado  U$ 27.55
10 horas/m?s       U$ 16.14       1.61
20 horas              U$ 24.72        1.24

Faturamento estimado em provimento de acesso no Brasil em 1998:

R$. 400.000.000

Observa??o:

  • Segundo o IBOPE :

"Algo como 63% dos entrevistados disseram que acessam a rede pelo menos uma vez ao dia, sendo que 67% permanecem conectados por mais de uma hora.".

Quem s?o os Intervenientes no Processo de Provimento de Acesso ? Internet? :

- USU?RIO

- OPERADORA LOCAL DE TELEFONIA
Prov? as linhas telef?nicas para atendimento pelo provedor e para o acesso pelo usu?rio

- PROVEDOR
Fornecedor da plataforma e dos Servi?os

- EMBRATEL/MCI
Fornecedor do link Internacional

O que mais influencia na forma??o dos pre?os :

1? Link Internacional

pode ser fornecido em faixas de 64 kbps a 2.048 Mbps

Hist?rico de pre?os da Embratel:

Set 95 (R$)

Nov 97 (R$)

Redu??o

(at? hoje)
64 kbps 1.800 1.260 30 %
128 kbps 3.150 2.205 30 %
256 kbps 5.400 3.780 30 %
512 kbps 9.000 7.200 20 %
1.024 kbps 16.200 13.608 16 %
2.048 kbps 27.000 22.680 16 %
  1. Pode verificar –se que em 4 anos a Embratel apenas 1 vez reduziu seus pre?os, n?o obstante Ter havido uma redu??o das tarifas em Abril de 1997, que a Embratel n?o repassou aos provedores.
  2. Contrariamente a qualquer racioc?nio l?gico, a Embratel ignorou os mais elementares princ?pios de economia de escala, oferecendo redu?es menores para volumes maiores de conex?o.
  3. At? hoje, o provedor que pretender aumentar de 2 para 4 Mbps o seu link, tem seus custos aumentados de forma linear ( 2 x 22.680 R$) n?o conseguindo obter descontos por volume.
  4. Os pre?os informados acima n?o incluem o custo mensal dos equipamentos (r?dio) nem impostos.
  5. Os pre?os praticados pela EMBRATEL refletem n?o apenas a conex?o mas tamb?m os servi?os IP, que todos sabemos s?o exageradamente altos no Brasil.
  6. Porque os outros backbones existentes s?o dependentes da EMBRATEL em fun??o da estrutura monopolista anterior, as outras op?es de fornecimento s?o mais caras do que a EMBRATEL.

 

2 ? - Custo de equipamentos para presta??o do servi?o de acesso:

    • Roteadores, servidores (computadores (de e-mail, de web, etc) e servidores de comunica??o (com modems).
    • Todos os equipamentos s?o importados, geralmente dois USA.
    • Devido ? pol?tica de importa??o vigente no Brasil, os pre?os FOB dos equipamentos nos USA s?o agravados de 100 % ao ser fornecidos ao provedor no Brasil (inclu?da a margem de lucro do revendedor.
    • A velocidade da obsolesc?ncia das tecnologias tem–se refletido nos custos dos provedores de forma significativa.


3? - Linhas telef?nicas

O sucesso ou insucesso da Internet depende em primeira inst?ncia da rede telef?nica. N?o h? (ainda) no Brasil outras formas dispon?veis para acesso, sem o uso da linha telef?nica. J? em 1999 teremos a rede de TV a cabo que poder? ser amplamente utilizada e tamb?m as redes de r?dio digital.

O ano de 1998 em fun??o da privatiza??o , teve 2 per?odos at?picos, o primeiro de Janeiro a Junho, em que nada se resolvia porque iria acontecer a privatiza??o e a Segunda metade do ano, em que continuou nada se resolvendo porque se estavam estruturando e conhecendo as companhias adquiridas....E o mercado que espere...

Neste contexto fica claro que ainda teremos que aguardar algum tempo (imprevis?vel) at? que se definam os respons?veis pelo atendimento a provedores de acesso .

Em S. Paulo a Telef?nica herdou um deficit no atendimento a provedores de mais de 50.000 linhas telef?nicas. At? agora, nada foi feito para resolver e a menos que possamos estar redondamente enganados, al?m de alguma desorganiza??o, quem sabe estejam tentando ganhar tempo para se estabelecer como provedores de acesso atrav?s da sua coligada T Interactiva, tal como j? acontece em outros locais.

Esperamos que a Telef?nica n?o se "olvide" de que tem responsabilidades e obriga?es a cumprir , com a de atender a demanda reprimida antes de se lan?ar como provedora e ainda de que atos discriminat?rios poder?o custar muito caro ?s empresas privatizadas.

Entretanto, se tais insumos n?o est?o dispon?veis no mercado, como pode o mercado desenvolver-se, crescer e atrav?s do aumento de volume se caminhar mais rapidamente para o acesso ilimitado? Em muitos casos a pr?tica de tais estrat?gias resulta numa significativa redu??o de qualidade na presta??o de servi?os de acesso (linhas ocupadas constantemente) .

CONCLUS?O

A ABRANET consciente de que provedores e usu?rios precisam de r?pidas defini?es, se coloca a par dos usu?rios nas reivindica?es para a redu??o de pre?os dos insumos e a libera??o de linhas telef?nicas de forma a permitir aos provedores repassar tais vantagens aos usu?rios e assistir ao crescimento da Internet como ferramenta de neg?cios, lazer e essencialmente de cultura.

Nota final

Os provedores querem competi??o, mas que seja plena e transparente e n?o uma competi??o predat?ria.

De resto, ? a ABRANET quem tem assumido o papel de defensora do provedor e do usu?rio, quando enfrenta os governos estaduais, via CONFAZ (Conselho Fazend?rio Nacional) , pretendem transformar provedores em empresas prestadoras de servi?os de telecomunica?es, contrariando a pr?pria Lei Geral de Telecomunica?es que corretamente os classifica como "Provedores de Servi?os de valor Adicionado", no intuito de lhes cobrar o ICMS a uma al?quota de 25%, contra aquela que ? correta e que corresponde ao ISS no n?vel de 5%.

Foi tamb?m a ABRANET quem se postou junto da ANATEL a prop?sito da utiliza??o das redes de TV a Cabo para acesso a Internet, n?o permitindo que tal privil?gio se restringisse a uns poucos , porque s?o detentores da rede f?sica.

E, para finalizar foi a ABRANET que contestou a posi??o do Ministro S?rgio Motta quando em Outubro de 1997, anunciou que as operadoras de telefonia iriam de imediato poder fornecer o acesso ao usu?rio final. Nossa posi??o ? que todos possam participar desse mercado, por?m que o sistema seja transparente o bastante para que privil?gios n?o provoquem a cria??o de cart?is que a todos deixariam como ref?ns. Que essas empresas criem suas subsidi?rias equivalentes ao Provedores de acesso e que os pre?os praticados sejam semelhantes aqueles com que suprem os Provedores. E mais do que isso, que nada disso possa acontecer antes que a demanda reprimida possa ser atendida.

Estas n?o s?o, definitivamente, posturas novas ou oportunistas nesta circunst?ncia e sim, posicionamentos firmes que temos brandido como bandeiras de nossa Associa??o e por consequ?ncia dos usu?rios tamb?m.

 

Ant?nio A V. Tavares

            ?lvaro Marques
Diretor Presidente                     Diretor Vice Presidente
Conselho Diretor Executivo       Conselho Diretor Executivo

Demi Getschko

Diretor Presidente
Conselho Superior Consultivo

C?pia :
Presidente da ANATEL
Presidente da Embratel
Presidente da Telefonica
Comit? Gestor da Internet
Presidente da SUCESU
Imprensa


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