Projeto Internet 2 j? ? realidade

Cientistas, pesquisadores e universit?rios ter?o Internet de alta velocidade



  • Conhe?a o projeto desenvolvido nos EUA
  • A nova rede acad?mica brasileira - RNP2
  • A situa??o da rede da UFJF e a opini?o de especialistas


  • Luciana Mendon?a
    07/04/2000

    Nos EUA

    Telemedicina, bibliotecas digitais e laborat?rios virtuais est?o entre as possibilidades de aplica??o da Internet 2, um projeto norte-americano que envolve universidades, ag?ncias do governo e ind?strias. A nova rede, que iniciou suas opera?es em fevereiro de 1999 nos EUA, desenvolve tecnologias e aplica?es avan?adas para a comunidade acad?mica e de pesquisa norte-americana.

    O novo backbone (espinha dorsal da rede) abrange 21 mil quil?metros e 2,4 gigabits por segundo. ? de 100 a 1.000 vezes mais veloz do que a Internet comercial, mas est? dispon?vel a poucas pessoas: somente pesquisadores e funcion?rios das faculdades e empresas patrocinadoras podem us?-la. Al?m de pesquisas voltadas para a ?rea acad?mica, a iniciativa inclui a transfer?ncia, para o setor comercial, de tecnologias desenvolvidas e testadas ao longo da execu??o dos projetos.

    Brasil desenvolve RNP2

    No Brasil, a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) segue a tend?ncia das redes acad?micas dos EUA, em uma estrat?gia unificada para consolidar a ?Sociedade da Informa??o?. Um novo backbone de alto desempenho, chamado RNP2, possibilitar? o desenvolvimento e uso de aplica?es avan?adas, trafegando em uma infra-estrutura com alta largura de banda. Atrav?s dessa iniciativa, a RNP busca lan?ar as bases do projeto brasileiro rumo ? Internet2.

    A nova rede interligar? todas as Institui?es Federais de Ensino Superior (IFES) e Institutos de Pesquisa Federais atrav?s do Programa Interministerial de Implanta??o e Manuten??o da Rede Nacional para Ensino e Pesquisa. A parceria foi firmada entre o Minist?rio da Ci?ncia e Tecnologia (MCT) e o Minist?rio de Educa??o (MEC), com dura??o at? 2004. Esse programa assegura os recursos necess?rios ao custeio da infra-estrutura nacional em opera??o atualmente e viabiliza os investimentos necess?rios ? evolu??o tecnol?gica rumo ? RNP2.

    Em outubro de 1997, a RNP e o Programa Tem?tico Multiinstitucional em Ci?ncia da Computa??o (ProTeM), com o apoio finaceiro do CNPq e do Comit? Gestor da Internet Brasil, desencadearam uma a??o conjunta para estimular a implanta??o de Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (REMAV?s). Atualmente, 14 cons?rcios participam da iniciativa, que constitui o primeiro passo para a Internet 2 no pa?s.

    A RNP
    A Rede Nacional de Pesquisa atua desde 1991 no pa?s, como um programa do Minist?rio da Ci?ncia e Tecnologia, apoiado e executado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient?fico e Tecnol?gico (CNPq). O principal objetivo ? operar um servi?o de backbone Internet voltado ? comunidade de ensino e de pesquisa do Brasil. Atualmente, a RNP conecta 26 estados brasileiros, interligando dezenas de milhares de computadores em mais de 800 institui?es em todo o pa?s.

    Na UFJF

    A Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF, ? ligada indiretamente ? RNP atrav?s de um link com a Rede Minas (da Funda??o de Amparo ? Pesquisa do Estado de Minas Gerais - Fapemig). De acordo com o gerente de rede da UFJF (UFJFNET), Ely Edison Matos, n?o h? nenhum projeto ligado ? alta velocidade em execu??o no campus at? agora. (O estado de Minas Gerais integra o projeto RNP2 atrav?s do cons?rcio BH2 - Rede Internet Metropolitana de Alta Velocidade - REMAV - de Belo Horizonte).

    O Coordenador Executivo da Rede Internet Minas, professor M?rio Fernando Montenegro Campos, afirma que sua equipe tem caminhado em dire??o ? integra??o com a RNP2, mas enfrenta problemas com rela??o ? falta de verbas na Fapemig. ?Temos nos preparado tecnicamente para conectar ao Gigapop que ? o Pop-MG (BH2). Temos acompanhado de perto os desenvolvimentos e testes e estamos capacitados a estender o conceito da REMAV para o interior. Certamente no caso de uma rede estadual do porte da Rede Internet Minas, onde as dist?ncias envolvidas s?o imensas, o problema ? mais complexo. Mas veremos como isso ser? solucionado?.

    Antes de aumentar a velocidade de conex?o com outras universidades, a UFJF precisa melhorar sua rede interna. Este ? o parecer do diretor da Coordenadoria de Sistemas de Tecnologia da Informa??o (CSTI) da UFJF, J?lio Portela. ?Hoje temos uma liga??o relativamente r?pida com a Rede Internet Minas, mas nem todas as m?quinas da Universidade recebem esta velocidade. Em alguns pontos, a rede est? ligada por fibra ?tica, mas em outros os cabos ainda s?o coaxiais, o que torna o acesso prec?rio em determinadas unidades?, afirma.

    O professor da Faculdade de Comunica??o da UFJF e doutor pela PUC-SP sobre impactos da inform?tica no jornalismo, Francisco Paoliello Pimenta, se mostra ansioso com a possibilidade de constru??o de uma ling?agem hiperm?dia. ?Embora a Internet tenha evolu?do bastante nos ?ltimos cinco anos, continua sendo um meio de comunica??o ainda muito voltado para as comunica?es escritas. As pesquisas em telemedicina, bibliotecas digitais e laborat?rios virtuais certamente v?o ter um bom impulso, j? que a verdadeira linguagem hiperm?dia, com integra??o dos diversos c?digos, ? imprescind?vel para uma recria??o mais sofisticada de ambientes, que permita estas a?es. O grande desafio, nestes casos, passa a ser o desenvolvimento de sistemas voltados para a realidade virtual, ou seja, aparelhos que permitam, de fato, uma percep??o intermediada por aparelhos o mais pr?xima poss?vel da percep??o sinest?sica que ocorre no mundo real.?

    A diretora do n?cleo de p?s-gradua??o da Faculdade de Comunica??o da UFJF e pesquisadora na ?rea de novas tecnologias, professora Nelma Fr?es, tamb?m v? com bons olhos a chegada da RNP2: ?A tecnologia em si n?o ? uma bruxa. Quem a torna um problema ? o homem. Acho que a Internet2 poder? ser um exemplo do bom uso da tecnologia, pois ir? trazer a proposta da transdisciplinaridade, da troca de conhecimento entre ?reas diferentes. Teremos a possibilidade de um refinamento da pesquisa cient?fica.?.

    Fontes:


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