Semana da Ind?stria - Arquivo 24 de junho de 1998
Vice-pres. da Belgo faz palestra para empres?rios
Rep?rter: Luciana Mendon?a
25/06/98
O palestrante, Dr. Riuti Kanadani,
vice-presidente de
finangas da Belgo Mineira
Em sua palestra, o vice-presidente da Belgo enfatizou a situa??o do empresariado regional. Segundo ele, ningu?m est? preparado para as mudan?as que v?m acontecendo. E completa: "as novas descobertas tecnol?gicas est?o surgindo em uma velocidade muito grande e ? fundamental acompanhar este processo".
Para Kanadani, os industriais deveriam parar de reclamar e decidirem por promover uma revolu??o estrutural na forma de administrar um neg?cio. Para isso, ele apresentou uma solu??o: "a sociedade precisa aprender a pensar na coletividade, caso contr?rio, ningu?m sobreviver?." No decorrer de toda a palestra, ele criticou diretamente o empresariado juizforano, que est? "desunido". Kanadani confirmou o interesse da Belgo Mineira em comprar a Mendes Junior, mas n?o determinou quando isso poder? acontecer.
Leia, logo abaixo, resumo da palestra de Dr. Kanadani: Reflex?es sobre as transforma?es sociais no final do s?culo"
"Reflex?es sobre as transforma?es sociais no final do s?culo"
Falando de forma direta e objetiva, o vice-presidente de finan?as da Belgo Mineira Participa??o, Dr. Riuti Kanadani, deixou um alerta para o empresariado juizforano, em sua palestra, no dia 24 de junho, no Hotel Ritz: "n?o tem sa?da - o empres?rio que n?o mudar n?o vai sobreviver."Kanadani come?ou sua explana??o dizendo que anda bastante confuso com o que est? acontecendo no mundo, mas continua com cren?as e princ?pios que s?o inabal?veis. O primeiro deles ? o de que o homem n?o consegue perceber pequenas diferen?as, s? as grandes. "O empres?rio n?o percebe as transforma?es, mas se assusta quando chega em Juiz de Fora um Carrefour, por exemplo".
Situando Juiz de Fora no processo de globaliza??o atual, em s?ntese, Kanadani explicou o seguinte:
- Antes da Revolu??o Industrial, a preocupa??o era a de formar o empregado, ou o escravo, mas o mundo foi mudando. At? a d?cada de 70, todo segredo importante era segredo militar: sat?lite n?o era usado para o povo se comunicar e sim para ajudar a mandar bombas nas guerras.
- Quando os regimes totalit?rios ca?ram, o que, antes, era segredo militar, passou a ser material de comercializa??o. Todo o avan?o tecnol?gico surgiu, ent?o, de forma acelerada para o mercado econ?mico. Ningu?m est? preparado para isso, pois h? uma inunda??o de informa??o.
- Ao mesmo tempo, o custo da mercadoria caiu muito. Os pa?ses centrais tiveram seus mercados saturados e foram buscar nos pa?ses perif?ricos novos consumidores. Da? surgiu a id?ia de globaliza??o. E o governo brasileiro abriu as portas para esta globaliza??o sem ter meios de se proteger e sem avisar ao empres?rio. Ali?s, o empres?rio ?, para o governo, um sonegador em potencial. Basta, para provar isto, tentar abrir uma empresa - s?o tantas as barreiras que o governo imp?e que fica dif?cil compreender o porqu?.
- O grande drama do mundo hoje n?o ? a concentra??o de renda, mas sim a concentra??o da intelig?ncia. O Brasil exporta intelig?ncia, enquanto deveria incentiv?-la a ficar aqui, produzindo riquezas para o pa?s. Juiz de Fora tem come?ado a se destacar economicamente porque tem produzido conhecimento, atrav?s, talvez, da presen?a da universidade.
Kanadani chegou a fazer uma cr?tica ao pr?prio Centro Industrial: para ele, nesta entidade, a classe empresarial tem se reunido muito mais para falar de assuntos amenos do que para tratar do que de fato interessa a todos, que ? o quadro econ?mico atual. As mudan?as necess?rias nesta virada de s?culo passariam, para o palestrante, por uma revolu??o dos conceitos atuais.
A tese de Riuti Kanadani ? a de que o empres?rio de hoje perdeu o sentido da vida. Em Juiz de Fora, por exemplo, h? empres?rios se lamentando da situa??o da empresa, mas que continuam levando um estilo de vida de alto padr?o econ?mico, criticou. Entretanto, ele v? sa?das poss?veis para o pr?ximo mil?nio: "N?o h? mecanismos de sobreviv?ncia individual para o homem, mas sim solu?es coletivas. Est?o surgindo novas palavras de ordem e novas formas de conviv?ncia que diminuir?o as tens?es".
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