Triatleta Beatriz Hollanda
A m?dica atleta

Rep?rter Emilene Campos
28/01/2000

O que faz uma mulher completamente sedent?ria at? os 33 anos, e fumante dos 16 aos 28, se tornar uma campe? de triathlon? Determina??o e coragem! Isso a juizforana de descend?ncia libanesa, Beatriz Vit?ria Sabbagh Hollanda, tem de sobra. Aos 46 anos, ela comemora vit?rias em competi?es nacionais e internacionais num curr?culo invej?vel. E ? com orgulho que ela lembra do in?cio. ?Minhas concorrentes geralmente tem um ?passado atl?tico?. J? foram campe?s de nata??o na inf?ncia, ou na adolesc?ncia. Minhas conquistas vieram depois dos 38 anos?, conta.

A grande virada aconteceu h? 13 anos, quando sua filha nasceu. ?Senti que n?o tinha tanta disposi??o para trabalhar como antes, a? me matriculei numa academia de gin?stica?. E foi entre um abdominal e uma corrida na esteira que ela conheceu os organizadores do ranking de corrida de Juiz de Fora. N?o hesitou em participar destas provas e logo estreou no mundo dos esportes. A partir da?, o t?tulo de m?dica oftalmologista passou a dividir espa?o com o de triatleta.

O est?mulo dos amigos foi fundamental nesse processo. ?Aldo Manfr?i me incentivou a fazer a triathlon, mas naquela ?poca (h? nove anos) eu ainda n?o sabia nem nadar nem andar de bicicleta?, lembra a atleta.

Principais t?tulos

  • 1994 - Campe? Panamericana de Triathlon ? Mar Del Plata (Argentina)
  • 1995 ? Campe? Sul-americana de Triathlon (categoria 40-44 anos)
  • 1996 - Tetra-campe? Carioca de Triathlon
  • 1998 - Tri-Campe? Brasileira de Triathlon
  • 1998 ? Bi-Campe? Mineira de Triathlon
  • 1999 ? Campe? de Duathlon
?Aprendi a andar de bicicleta aos 37 e nadar aos 38. Levei muitos tombos, mas consegui,? brinca. Dez aulas de nata??o foram o bastante para ela se aventurar a concorrer numa competi??o. ?Naquela dia, eu cheguei dez minutos depois do ?ltimo colocado, mas completei a prova?, comemora.

At? hoje isso ? uma regra. Por mais dificuldade que tenha passado, ela se orgulha de nunca ter abandonado uma competi??o. Beatriz lembra do Campeonato Sul-americano realizado no Chile, onde as condi?es clim?ticas do local exigiram mais do que resist?ncia f?sica . ?As provas aconteceram no deserto do Atacama. Simplesmente, nadei nas ?guas de degelo dos Andes, que tinham em m?dia 15 graus de temperatura. Em seguida corri pelo deserto sob a temperatura de 40 graus. Nesse dia, tive que tomar um Gatorade ?.

Mas o Campeonato Mundial de Triathlon realizado na Nova Zel?ndia em 1994, sem d?vida, foi o t?tulo mais dif?cil , e tamb?m o mais emocionante. ?Nadei sob a temperatura de 12 graus e cruzei a linha de chegada, depois de ultrapassar uma concorrente daquele pa?s, para a qual todos estavam torcendo. Isso tudo no dia do meu anivers?rio, exatamente no hor?rio em que nasci, dia 27 de novembro?.

Mas n?o foi s? isso que ela aprontou na Nova Zel?ndia. Era a primeira vez que participava da Sele??o Brasileira de Triathlon, mas isso n?o a impediu de dar uma amostra de seu ?esp?rito aventureiro?. ?Eu e outros atletas fugimos da concentra??o para pular de body-jump, conhecer os g?iseres e tentar esquiar nas pistas Mount Ruapehu, um vulc?o da ativo localizado na Ilha do Norte. Resultado: carta de suspens?o para a primeira prova de 1995?, relembra.

Leia tamb?m:
    Entre consultas e pedaladas