Marchinhas de Carnaval Olha a cebeleira do Zez?... M?m?e eu quero, mam?e eu quero!!!

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Quem ? que nunca arriscou cantarolar "Mam?e eu quero, mam?e eu quero, mam?e eu quero mamar...", "O seu cabelo n?o nega..." ou qualquer outra marchinha de Carnaval? Mesmo com origem no in?cio do s?culo XX, essas poderosas representantes da m?sica popular brasileira permanecem vivas na lembran?a de muita gente.

Saudosismos ? parte, verdade ? que at? os mais jovens conhecem as divertidas can?es que narram fatos inusitados. Em sua ess?ncia, as marchinhas trazem letras e melodias simples, frases de duplo sentido, que geralmente possuem tom ir?nico. Essa receita pode ser o tempero certo para tanto sucesso ao longo do tempo.

O sambista Jo?o Batista (foto ao lado), 85, viveu a ?poca de ouro das marchas e relembra o grande sucesso que elas fizeram nas d?cadas de 20, 30 e 40. "Juiz de Fora foi tamb?m um reduto da produ??o de marchinhas. Me lembro de uma composi??o de Sebasti?o Bruggiolo, de 1947, que falava da forma??o do bairro Graja?", diz.

Batista conta que nos bailes carnavalescos essas m?sicas serviam para reunir grupos, nos chamados "cord?es" . "Cada um tinha a sua can??o e fazia uma grande roda em torno dela". J? a aposentada Nair Batista (foto ao lado), 78, se emociona quando volta aos velhos tempos. "Ah, era muito bom! Adorava aquelas marchinhas antigas", suspira.

Ele lamenta a crescente comercializa??o do Carnaval. "As escolas de samba toliram os compositores. Antes o sambista tinha inspira??o, escrevia uma m?sica e a partir dela era elaborado o enredo. Hoje est? tudo ao contr?rio. Criam um enredo e o compositor fica escravizado".

Sucessos imortais
O cen?rio carioca foi pano de fundo para a primeira marchinha de Carnaval. "? Abre Alas", escrita em 1899, por Chiquinha Gonzaga, logo ganhou cr?dito popular e se destacou como o grande sucesso daquele ano. Depois da estr?ia, vieram Cidade Maravilhosa (Andr? Filho), Pierr? Apaixonado (Noel Rosa e Heitor dos Prazeres), Touradas em Madri (Jo?o de Barro e Alberto Ribeiro), Chiquita Bacana (Jo?o de Barro e Alberto Ribeiro), Ta? (Joubert de Carvalho), entre outras.

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Apesar da veia latina, o g?nero n?o ? genuinamente brasileiro. Sua origem est? na marcha militar portuguesa, com a batida forte (bum, bum), semelhante a dos hinos. Para a composi??o das marchinhas foram associados ritmos como a polca, o rag-time e o one-step, gerando um estilo verde-amarelo.

A tradu??o brasileira das marchas ganhou retoques na melodia e tornou mais din?mica sua exposi??o. Diferentemente dos hinos, suas batidas mostram-se mais r?pidas e cheias de movimento. Suas composi?es s?o de f?cil entendimento e permitem a memoriza??o do p?blico. Os temas recorrentes s?o o cotidiano, a pol?tica, a economia, o futebol, ou seja, assuntos de interesse popular, sempre com boas doses de irrever?ncia.

Com elas se destacaram elementos significantes da m?sica brasilieira, como Noel Rosa, Lamartine Babo, M?rio Lago, Carmen Miranda, Emilinha Borba e Chiquinha Gonzaga.

No final da d?cada de 60, com o crescimento das Escolas de Samba, as marchinhas perdem seu espa?o e s?o abafadas pelos desfiles. "A reuni?o de um espet?culo visual e mel?dico caracter?stico do samba, reduz o poder das marchinhas. Apesar disso, elas t?m um grande poder de comunica??o e atravessaram o tempo", pondera o jornalista Rodrigo Barbosa.

Confira os depoimentos de quem sente saudades da ?poca de ouro das Marchinhas:

Minhas marchinas preferidas s?o tantas... "Mam?e eu quero", "A canoa virou". Ah, sinto muita saudade!

Maria das Dores, 83

Gosto de todas as marchas e adoro carnaval. Fico triste porque vejo que atualmente isso est? morrendo.

Gild?rio Nascimento Rocha, 77

Ao me lembrar das marchinhas fico emocionada. No meu tempo, elas tocavam at? ?s 6h da manh?. Emilinha Borba era a minha preferida.

Luzia Amaro Ferreira, 75

Me sinto bem ouvindo as marchinas. Gosto muito de "Jardineira".

Jeny de Paula, 70


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