Rio Branco se tornou um mar de gente, naquela que j? ? considerada a maior concentra??o humana da hist?ria de JF: quase cem mil pessoas na Banda Daki
Rep?rter: Ricardo Corr?a
Edi??o: Ludmila Gusman
Designer: L?via Mattos
Eles n?o estavam ? toa na vida e n?o se contentaram em parar para ver a banda passar. Passaram com ela, e eram muitos. Quase cem mil, segundo estimativas dos organizadores. Um mar de gente que coloriu a avenida Rio Branco durante toda a tarde. Muito barulho e muita anima??o na trig?sima quinta vez em que a Banda Daki cruzou Juiz de Fora espalhando alegria e pondo mais lenha na fogueira do Carnaval.
? at? dif?cil imaginar que a maior concentra??o humana da hist?ria de Juiz de Fora descende de um desfile de 14 corajosos que vestiram suas fantasias e foram para a rua no j? long?nquo ano de 1972. Da turma do Largo do S?o Roque, a banda virou o maior orgulho dos foli?es de Juiz de Fora, sendo mais esperada do que o desfile das escolas de samba, que s? acontece nos pr?ximos dias. Mas um desses foli?es estava certamente mais orgulhoso. Jos? Carlos Passos, o Z? Kodak, que n?o fundou a banda, mas h? anos tem ela no cora??o. O general n?o se cansa de bater recordes, e nem mais se impressiona com eles.
"O que mudou foi o volume de pessoas. Hoje esperamos cem mil, mas isso aqui ? sempre descontra??o total, at? dos ambulantes. Eles s?o foli?es tamb?m. Eles n?o pagam nada para trabalhar aqui e nem ningu?m gasta nada na banda. ? de gra?a, a fantasia ? feita em casa, no guarda-roupa, com o vestido, o sapato, o batom. ? s? criar. E a banda ? tamb?m o carnaval da serpentina, da colombina, do Pierrot, das marchinhas", explica Z? Kodak, que gosta das m?sicas antigas, mas tolera a presen?a do ax? na banda por dizer que "os mais jovens gostam".
Jovens ou mais velhos, tradicionais ou estreantes, crian?as ou adultos. Todos se divertem juntos em uma festa que come?a cedo, logo pela manh?.
O desfile tradicionalmente come?a ? tarde, mas ?s 10h o Largo do Riachuelo j? est? come?ando a receber os foli?es. Gente que, provavelmente, acordou bem mais cedo para fazer fantasias ex?ticas, pitorescas, bem humoradas, sensuais ou, simplesmente, vestiu a primeira roupa que viu na frente. E ? na concentra??o que as coisas se agitam. Bem antes dos trios come?arem a tocar. No com?rcio da regi?o, caixas de som e amplificadores trabalham em capacidade m?xima, dando o tom da primeira folia do dia.
No cantinho, perto do antigo Pronto Socorro Municipal, Z? Kodak, o Rei Momo Carlos Guedes, a Rainha do Carnaval Paula Batista, a superintendente da Funalfa, ?rica Delgado, e o coordenador do Carnaval 2006, Geraldo Magela Tavares, celebram a tradicional entrega das chaves da cidade. Pelo resto dos cantos, s? anima??o.
No Riachuelo os apaixonados pela banda ficam horas, debaixo de sol, cantando e brincando, entre espumas, confetes e serpentinas e regados a muita cerveja. Dali s? saem quando o rel?gio j? vai bater 14h. E saem animados, por?m devagar. ? tanta gente, que os trios n?o conseguem imprimir um ritmo. S?o navegados pela multid?o que vai na cad?ncia, evoluindo lentamente para que a festa demore mais a acabar.
S? a concentra??o j? ? suficiente para deixar todos quentes e no pique. Nada melhor ent?o do que uma pequena pancada de chuva. Coisa de cinco minutos. Suficiente para refrescar os mais animados. Pena que para alguns s? permitiu espa?o para brigar. S?o gangues, est?o em todo o lugar, mas n?o conseguem estragar a festa.
?s 14h45 o trenzinho da alegria, aquele mesmo do Bloco do Beco, aponta na Rio Branco. Incans?vel, agora n?o s? cheio de crian?as, mas de adultos tamb?m. A banda est? oficialmente desfilando, com mais dois trios el?tricos, al?m do carro de honra de Z? Kodak e das majestades. E de cima dos carros e trios, a anima??o ? t?o grande quanto a de quem est? embaixo. Ningu?m p?ra.
Evolu??o pela Rio Branco, tomada, as tr?s pistas, e o povo cantando. Alterna-se ax? e marchinhas antigas durante todo o percurso. No final, at? outros ritmos invadem o Carnaval da Banda, que s? vai parar l? na Independ?ncia, do outro lado da cidade.
J? s?o quase 18h quando a festa acaba. E com os foli?es cansados, mas felizes por ter participado da mais tradicional festa do carnaval de Juiz de Fora. Das janelas, aplaudindo, de cima dos trios el?tricos, do ch?o cantando, pulando, pedindo uma foto, batendo uma foto... acima de tudo, parando, e passando junto com a banda famosa. Entrando para a hist?ria.
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