Exposição Gabinete Contemporâneo de Curiosidades
A arte é a representação máxima do expressionismo humano, retratando formas e maneiras de enxergar o cotidiano diário ou interpretar as emoções pessoais, racionalizando com sentimentos, toda a cultura de uma época, seja baseada na influência dos movimentos artísticos consolidados no decorrer das décadas, ou da livre criação, expandida através da coerência uniforme e do intelecto natural de cada artista. A arquitetura brasileira e o design de interiores, contribuem para criar e projetar ambientes aconchegantes, com uma atmosfera acolhedora, para expor as obras de vários artistas plásticos, sejam anônimos, consagrados, desconhecidos ou em projeção circunstancial, por seu trabalho visionário, para o cenário contemporâneo atual, expandindo-se sem fronteiras.
Gabinete contemporâneo
O acúmulo e o colecionismo de objetos estranhos e raros, principalmente, destacando-se o campo da biologia, época em que as grandes navegações e descobrimentos dominavam o mundo, precisamente (séculos XVI e XVII), procederam a origem do "Gabinete de Curiosidades" e o "Quarto das Maravilhas", acervo comum e informal, colecionado por intelectuais ou pessoas da aristocracia burguesa, nobres com títulos e empreendedores ricos, com a finalidade em expandir seus conhecimentos ou negócios, buscando mostrar a sua cultura intelectualizada para outras classes sociais. Em Juiz de Fora, um exemplo bem próximo é o Museu Mariano Procópio, onde existe um legado rico, em sua fundação, criada por Alfredo Ferreira Lage, reunindo um acervo importante para propagar a arte e cultura internacionalmente.
Atualmente, consolidando esta metamorfose, trazendo para atualidade, o excesso e a obsessão são os temas utilizados para debater o colecionismo no presente, um instrumento poderoso de acúmulo, adquirido através de diferentes objetos e peças artísticas. O primeiro "Gabinete Contemporâneo de Curiosidades" tem como origem a cidade maravilhosa do Rio de Janeiro, capital fluminense, reunindo os mais diversos artistas em uma exposição na famosa Galeria Oriente, localizada no tradicional bairro da Glória, idealizada por seu curador nesta cidade, o artista plástico Marco Antônio Portela.
As duzentas obras, nesta primeira edição juizforana, foram expostas na Hiato - Ambiente de Arte, em uma mostra inaugurada no último dia 28 de abril, ficando aberta ao público até dia 20, onde o cocurador, o também artista plástico José Augusto Petrillo, estabeleceu uma conexão direta, convidando 70 artistas locais como forma de agregar valores e prestigiar a nossa cultura, como faz ao longo destes 15 anos de existência da galeria, um espaço aberto ao novo, a vanguarda, e para todos os segmentos artísticos. "Quando eu vi, esta exposição, achei que poderia trazer para Juiz de Fora, estabelecer uma proposta diferente, agregar artistas da cidade, além dos 130 artistas que estavam expondo no Rio, eu convidei 70, todos daqui, para participarem deste acúmulo", explica Petrillo.
A exposição
A exposição revela uma compulsão em agregar sempre novas peças, um ajuntamento sem regras para associar elementos de diferentes origens e procedências, mas com um caráter inteligente, visionário e questionador. Uma espécie de garimpo de luxo, onde todos nós, procuramos sempre possuir objetos reveladores, como consumidores de boa arte, tornando-nos seres translúcidos e lúcidos da exuberante amplitude dos acúmulos artísticos. Se a vida é feita para sonhar, que busquemos sonhos explícitos, onde permitimos, através de nossos devaneios reais, colecionar obras instigantes, que revelam um significado inteligente, favorável ao nosso mundo real. "Esta exposição, tenta passar, para o espectador, à curiosidade, onde, uma obra de arte, não é, só o que é bonito, é também, uma coisa que incomoda, intriga, às vezes, à obra de arte, não é, somente aquilo que é contemporâneo, pode ser algo que irrita, causa certa aflição, mas é arte", desvenda Petrillo.
Os artistas utilizam todo o seu talento como formas diferentes de interpretar as projeções pessoais de sua incumbência, revelando detalhes inenarráveis e multi questionadores, frases polêmicas, ou representações quentes, com apelo intelectual e promissor. As obras exibem um formato padrão e foram expostas para provocar os sentidos aguçados e observadores do público, porém, com equilíbrio e harmonia, em uma composição reveladora e artística, sem a identidade visível de seus autores. "Até porquê, em um gabinete de curiosidades, às obras, não são identificadas, pegando coisas totalmente estanques, e ir montando coisas, obtendo este acúmulo", argumenta o cocurador da mostra.
Mas, estilo é fundamental, e esta turma de artistas exibe toda a volúpia de sua vocação, em transpor suas representações imponentes e marcantes. Entre eles, alguns nomes são locais, como a ceramista Adriana Lopes, Luiz Gonzaga e Raquel Falcão, alunos do Instituto de Artes e Design - UFJF (IAD). Outros nomes, também são destacados, como Mateus de Simões, Márcio Zardo, Priscila de Paula. Artistas do Rio, como Raimundo Rodrigues, cenógrafo, que participou da última novela global, "Velho Chico" e montou uma exposição, há duas semanas, com o nome "São Jorge" nas Docas do Pier Mauá, projetando um cavalo articulado, automatizado.
Colecionando em casa
Para os apreciadores, de arquitetura e design, as obras artísticas podem ser expostas em casa, desde que criem sensibilidade, com o ambiente constituído e já existente, para promover, o equilíbrio, com todo o projeto de interiores, visando um espaço em total harmonia. Caso tenha obras, ou encaixa-se, neste processo de acúmulos, o segredo é promover a tentativa de agrupar cada objeto ou obra por estilo, mesmo sem combinar. "Aí está a parte dois, desta exposição, mostrar o intuito de como as pessoas podem colecionar, entender, fazer despertar, principalmente em jovens, que comecem à colecionar arte, o grande intuito é você misturar, não colocando 200 em uma parede, mas ter uma organização, um critério para escolher e realizar às próprias misturas ", ensina o cocurador.
A Hiato - Ambiente de Arte realiza esta mostra como parte das comemorações dos 15 anos de existência, contemplando todas as formas de arte, prestigiando todos artistas de nossa região e de outras cidades e estados, com muito profissionalismo e inovação, criando oportunidades, e revelando talentos, para o Brasil e o mundo a fora. " A Hiato tenta sempre estar inovando, cumprindo um papel social, aqui, não é só um espaço comercial, é um especial cultural, e nós temos a preocupação em fazer a formação de público, e estar trazendo para a comunidade eventos de qualidade, nós não estamos em crise de pensamentos, acho que, podemos fazer muito com pequenas coisas ", finaliza Petrillo.
As fotos exclusivas de Angeliza Lopes Aquino registram.
Gabinete Contemporâneo de Curiosidades
De 2ª à 6ª feira - 9h às 12h e de 14h às 19h
Hiato Ambiente de Arte - Rua Coronel Barros, 38 - São Mateus, Juiz de Fora - Mg
Exposição de 28/04 à 20/05
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