Faltando menos de 30 dias para que a Tusmil deixe de operar em Juiz de Fora, ainda não há nenhuma novidade sobre os novos rumos do transporte coletivo na cidade. As reclamações de usuários são cada vez mais recorrentes e a incerteza sobre como serão os próximos dias aumenta cada vez mais. Na manhã da última terça-feira (30), um ônibus da linha 537, apresentou falhas mecânicas e colidiu com um barranco. O veículo pertence a empresa Tusmil que se manifestou alegando que o problema mecânico aconteceu por conta de um desgaste normal das peças e não por falta de manutenção preventiva. A Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU), informou que vai solicitar as imagens das câmeras internas do ônibus para apurar o ocorrido.
O Portal ACESSA.com esteve nas ruas de Juiz de Fora e conversou com alguns usuários dos ônibus. As reclamações são praticamente as mesmas, envolvendo atrasos, veículos quebrados e acidentes.
A auxiliar de serviços gerais, Maria de Souza, é usuária do transporte coletivo e depende da linha 601, Jardim Cachoeira. Ela conta que fica em torno de uma hora esperando no ponto de chegada do coletivo. “Na empresa onde eu trabalho, se a gente chegar atrasado por conta dos ônibus, a gente tem que sair mais tarde do serviço para compensar esse atraso. Se eu chegar duas ou três horas atrasada, vou ter que sair duas ou três horas depois do expediente.”
A enfermeira, Renata Gomes, precisa tomar a linha 405, Santa Rita. Para ela, as linhas que atendem o bairro onde ela mora, não cumprem os horários. “Eu acho que precisa de mais carros rodando e melhorias nos ônibus. Às vezes, passam dois carros da mesma linha ao mesmo tempo e isso complica muito a nossa situação.”
A funcionária de um supermercado no Centro da cidade, Isabela Pires, precisa acordar mais cedo do que de costume para conseguir pegar um ônibus. Ela depende da linha 537, Jardim da Serra. “A gente tem que contar com a sorte para não se atrasar. Todos os dias eu chego atrasada. Agora eu tô indo para casa e perdi o ônibus porque estava muito cheio e o motorista não parou. Mas a gente depende do transporte coletivo e não tem muito o que fazer. Já teve caso de ir para o ponto às 05h30 e só conseguir pegar o ônibus às 08h.”
Os problemas com o transporte coletivo na cidade se arrastam por quase dois anos. A crise financeira gerada pela pandemia de Covid-19 aumentou ainda mais os problemas. A Prefeitura de Juiz de Fora chegou a criar um Grupo de Trabalho em busca de soluções. Para manter a tarifa cobrada em R$ 3,75, foram feitos subsídios pela PJF e os valores repassados às empresas. Ainda assim, os problemas continuaram. No dia 13 de fevereiro, um ônibus bateu em um poste e deixou 23 pessoas feridas. Meses depois, em junho deste ano, um motorista morreu na entrada da garagem da Tusmil. O homem foi atingido por um ônibus da própria empresa que desceu a rampa que dá acesso à garagem. Segundo a empresa, o condutor do veículo não teria puxado o freio de mão, vindo causar o acidente.
O anúncio da rescisão do contrato aconteceu no fim do mês de junho deste ano. No mês seguinte, o Consórcio Manchester tentou derrubá-la, mas a 2ª Vara da Fazenda de Autarquias Públicas negou o mandado de segurança da Tusmil. No mesmo mês, uma liminar proferida pela desembargadora Yeda Athias, impedia a PJF de decretar a caducidade do contrato.
A Prefeitura de Juiz de Fora recorreu da decisão. No dia 12 de agosto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), derrubou a liminar que determinava a continuidade da Tusmil em operar na cidade. Agora, faltando menos de um mês para o fim da operação da Tusmil, ainda não se sabe quais serão os próximos passos do transporte coletivo na cidade.
O Portal ACESSA.com entrou em contato com a Prefeitura de Juiz de Fora para saber quais serão os próximos passos em relação ao transporte público, mas o Executivo preferiu não se manifestar sobre o assunto. Também entramos em contato com o Consórcio Manchester, mas não tivemos retorno.
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