Mais um imóvel tradicional em Juiz de Fora foi demolido e passa a fazer parte apenas da memória afetiva das pessoas, que o conheceram. Na manhã deste sábado, 03, foi o famoso Castelinho do Bairu, na zona nordeste da cidade.

O imóvel, da década de 1950, sempre chamou atenção de quem passava pela rua Irmão Martinho, em frente à Praça Olavo Bilac, e também foi conhecido como Castelinho do Alonso, em menção ao nome do primeiro proprietário, Alonso Ascensão.

O imóvel foi durante muito tempo alvo de disputa judicial para que não fosse ao chão, inclusive com participação do Ministério Público de Minas Gerais e das associações de moradores dos bairros Manoel Honório e Bairu que sempre defenderam que o sobrado devia ser preservado e ser considerado um dos patrimônios do município.

Ainda em 2019, a Prefeitura, com base no parecer de um perito, entendeu que a edificação é destituída de valor histórico, cultural, arquitetônico e paisagístico.

Os moradores defendiam que pelo menos quatro aspectos possibilitavam o tombamento da mansão.

A primeira razão é o valor histórico da casa. Dois documentos distintos dão conta de que a construção teria se iniciado em 1951 e terminado em 1952. Provavelmente é a primeira casa do bairro, construída pelo fundador e loteador do Bairu, Alonso Ascensão.

Outro motivo é o valor arquitetônico da casa. O castelinho teria característica de construção neocolonial hispano-americano, estilo que está desaparecendo devido a demolições no País.

O tombamento foi solicitado também devido à beleza paisagística do bairro. O castelinho é parte de um conjunto, com as casas vizinhas e a Praça da Baleia, outro ponto conhecido do bairro.

Por fim, o principal motivo que fundamentava a necessidade de tombamento do imóvel era o risco que corria de ser demolido. A área da casa, que estava abandonada, sempre foi alvo de especulação imobiliária para a construção de edifício, por exemplo, segundo a fundamentação de moradores que fazia essa defesa.

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