Local usado para o consumo e comércio de drogas, além de servir como espaço para pequenos furtos, roubos, brigas e prostituição, a Praça do Riachuelo, uma das principais de Juiz de Fora, passa por antigos problemas sociais. A insegurança perpassa por comerciantes, passageiros e transeuntes, que todos os dias, precisam passar pelo local. Passageiros, ambulantes e lojistas conversaram com a nossa reportagem e relataram sobre a situação da Praça do Riachuelo.
A professora Silvania Elisa é usuária do transporte coletivo e precisa pegar o ônibus em frente ao Santa Cruz Shopping, na rua Jarbas de Lery Santos. De acordo com ela, é muito comum presenciar brigas no local. Além disso, ela também alega a necessidade de haver mais policiamento.
“Nunca aconteceu nada comigo graças a Deus, mas eu já presenciei muitas brigas aqui. Eu evito de vir a noite aqui. Eu sempre tomo muito cuidado. Era muito mais tranquilo quando tínhamos policiamento aqui e eu até passava por aqui no período noturno. Hoje eu evito.”
Vendedor ambulante há cerca de 15 anos, o senhor Milton Costa, de 73 anos, relata que existem muitas situações adversas para quem trabalha no local. Segundo ele, há muita insegurança devido às constantes brigas e o tráfico de drogas. Ele também relata que outros vendedores ambulantes tiveram seus produtos roubados por criminosos.
“Tem muitas brigas aqui, além de muita gente usando droga aqui na praça. Teve uma vez que roubaram a barraca de uma moça que trabalhava aqui. Ela teve um prejuízo de mil e duzentos reais. Ela foi embora trabalhar em outro ponto.”
O vendedor também relata que na época em que trabalhava na Av. Getúlio Vargas, a segurança era maior, devido ao grande fluxo de pessoas e comércio no local. Após a transferência para a Praça do Riachuelo, a insegurança aumentou e as vendas diminuíram.
“Lá era mais tranquilo por conta do grande movimento que tem na Getúlio. Aqui isso não existe por conta do baixo fluxo de pessoas. Se passa alguém aqui e me rouba, pra quem eu vou pedir ajuda? Só Deus que nos guarda.”
Em 2021, a Prefeitura de Juiz de Fora transferiu os vendedores ambulantes da Av Getúlio Vargas para a Praça do Riachuelo. A justificativa dada pelo Executivo era de que a mudança traria mais fluidez ao trânsito na reorganização viária do centro da cidade. Na época, os ambulantes chegaram a protestar sobre a decisão tomada pelo Executivo.
Ainda de acordo com Milton Costa, muitos vendedores ambulantes deixaram de vender seus produtos na Praça do Riachuelo devido a insegurança no local.
“Muita gente que veio pra cá foram embora. Não há condições de trabalhar aqui por conta da insegurança. Eu sou um guerreiro em continuar aqui. Hoje só tem eu e mais alguns poucos que permanecem aqui na praça. Não há atrativo nenhum aqui. É preciso que o local passe por uma revitalização.”
O comércio no entorno também é afetado por conta da situação da Praça do Riachuelo. A recém inaugurada rede Tubarão Atacadão, que funciona dentro do Santa Cruz Shopping, já foi alvo de vários furtos, segundo informou um dos gerentes da loja, Leonardo Sacramento.
“Tem muitos casos de furto aqui na loja. Isso acontece todos os dias aqui. É claro que a solução para esse problema não é bala de borracha ou spray de pimenta. O que deve ser feito é criar um projeto para revitalizar a praça, manter os ambulantes e ajudar essas pessoas que estão em situação de rua.”
Em 2018, a Prefeitura chegou a discutir sobre a revitalização da Praça. Em 2021, algumas intervenções foram feitas no espaço para melhorar a segurança do local, como a instalação de luminárias. O Santa Cruz Shopping colaborou para que as melhorias fossem feitas.
O também gerente da Tubarão Atacadão, Wender Miranda, informou a nossa reportagem que o fluxo de pessoas dentro do shopping diminui bastante no período noturno, devido aos problemas já citados pela reportagem, o que afeta diretamente nas vendas.
“Muita gente deixa de vir aqui a noite por conta da má fama que se tem aqui no entorno. O entorno aqui do shopping tem muita droga e também é ponto de prostituição e isso afeta muito. Durante o dia o movimento de clientes é bom, mas à noite, já não se vê mais ninguém na rua.”
Além disso, os próprios funcionários da loja se sentem inseguros no período da noite, quando termina o expediente. “Tem funcionário que precisa ir embora à noite e fica difícil para eles e até mesmo para a gente contratar é ruim. Nenhum funcionário quer pegar o turno da noite. É uma situação muito complicada. É preciso ter intervenção do poder público” , diz Leonardo Sacramento.
A nossa reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Juiz de Fora, com a assessoria do Shopping Santa Cruz e também com a Polícia Militar para relatarem sobre o assunto. Porém, até o fechamento desta reportagem, não obtivemos retorno.
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