Toda a população de Juiz de Fora poderá voltar a visitar os três pavimentos da Villa Ferreira Lage no Museu Mariano Procópio (Mapro) a partir deste sábado (3). A reabertura do espaço, que compõe a terceira fase da obra de restauração do Mapro, aconteceu em evento que marcou o aniversário de 173 anos da cidade, nesta quarta-feira (31). Com a Galeria Maria Amália repleta de convidados, as primeiras visitas à Villa ocorreram em grupos alternados, após a solenidade de abertura. Os dois primeiros dias de visitação, que ocorrerão nesta quinta-feira (1º) e na sexta-feira (2), serão dedicados aos alunos de escolas do município.
“É impossível não reconhecer nessa reabertura plena do Museu uma promessa e um orgulho. Quero dizer que nós fizemos um trabalho absolutamente imprescindível. Mas com um suporte realizado anteriormente. Nós não partimos do zero”, ressaltou a Prefeita Margarida Salomão em sua fala inicial. A chefe do Executivo também destacou que uma das intenções para o ano de 2024 é transformar o Mapro em uma autarquia de verdade. “Temos como plano para o ano que vem a realização de um concurso para selecionar profissionais que precisamos para o Mapro”, anunciou.
Margarida também reiterou a necessidade de apresentar ao Brasil e ao mundo a relevância do acervo do Museu. “É a nossa obrigação fazer chegar à população brasileira essa oportunidade de conhecimento e investigação. Para acadêmicos, pesquisadores e todas as pessoas que, como eu, visitamos museus quando viajamos, incluindo nas nossas memórias lembranças em espaços privilegiados como esses.” Margarida disse que é importante que o Mapro seja incluído em páginas de divulgação nacionais de museus, para atrair turistas também nessa área, com o acervo do Século XIX e citou a mesma necessidade em relação ao Museu de Arte Murilo Mendes e a coleção com o recorte do século XX.
A superintendente da Fundação Alfredo Ferreira Lage, Giane Elisa, repetiu o gesto de pedir licença aos mais velhos e aos mais jovens, que fez quando a segunda etapa do restauro foi reaberta. Ela destacou que uma geração inteira de pessoas ainda não teve acesso ao Museu totalmente aberto.
Ela ressaltou a possibilidade de pensar em quem veio antes e pensar em quais vozes estão entre esses 60 mil itens de um acervo eclético. "É importante falar de memória. Nos últimos tempos tenho refletido no papel da memória da população brasileira e de Juiz de Fora. O museu comprometido com a inclusão precisa rememorar isso. É muito importante ir ao terceiro andar, local que nunca foi aberto à população e é cheio de histórias que precisam ser contadas, quais histórias estão naquele porão." Giane frisou que é imprescindível pensar na contribuição que essas pessoas têm para a história da cidade, para que sejamos hoje o povo que somos.
A diretora do Mapro, Maria Lúcia Horta Ludolf de Mello, pontuou a importância do envolvimentos de todos que trabalharam para tornar possível a reabertura plena do museu. Todos que passaram desde o fundador, deixamos o caminho pavimentado. “Mesmo em meio a dificuldades, que não foram poucas, conseguimos atingir mais uma etapa gloriosa, a reabertura da Villa”. Ela ressaltou, no entanto, que o trabalho não termina aqui e que conta com a ajuda da classe empresarial da cidade para avançar.
Em sua fala, o presidente da Câmara de Vereadores, José Márcio (Garotinho/PV), lembrou a luta de mais de 16 anos para que o Mapro pudesse ser reaberto e se referindo às comemorações do aniversário da cidade, reiterou a importância do afeto em vários níveis. "Vejo dois afetos hoje: a felicidade da população de receber esse equipamento, para a sua visitação, um afeto coletivo. Outro individual, gratidão à prefeita pela coragem da decisão política de entregar esse tesouro que é o Museu para a população."
Para o presidente do Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio, Carlos Eduardo Paletta Guedes, a celebração da reabertura é o resultado gosto pela cultura e a vontade política. "Algo que parecia distante", afirmou. Ele pontuou a atuação do Conselho, que visa a cumprir integralmente a vontade de Alfredo Ferreira Lage. "Ele, advogado como eu, poderia, simplesmente, ter deixado esse patrimônio ficar em mãos particulares. Mas não, com seu espírito de desapego, fez com que essas construções e sua coleção ficassem para a posteridade de forma pública, foi um ato de generosidade, que vai além do patrimônio e dos 60 mil itens do museu, é a generosidade como pedagogia do agir", acrescentou Paletta.
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